Fruta Estranha (Strange Fruit)


de “Nego”, de Carlos Rennó

2009_NEGO_Cancoes_americanas_em_versoes_brasileiras_1024

Árvores do Sul
Dão fruta estranha;
Folha ou raiz,
Em sangue se banha;
Corpo de negro
Balançando, lento;
Fruta pendendo
De um galho ao vento.

Cena pastoril
Do Sul celebrado;
A boca torta
E o olho inchado;
Cheiro de magnólia
Chega e passa;
De repente o odor
De carne em brasa.

Eis uma fruta
Pra que o vento sugue,
Pra que um corvo puxe,
Pra que a chuva enrugue,
Pra que o Sol resseque,
Pra que o chão degluta,
Eis uma estranha
E amarga fruta.

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Southern trees
Bear strange fruit;
Blood on the leaves
And blood at the root;
Black bodies swinging
In the southern breeze,
Strange fruit hanging
From the poplar trees.

Pastoral scene
Of the gallant South;
The bulging eyes
And the twisted mouth;
Scent of magnolia,
Sweet and fresh;
Then the sudden smell
Of burning flesh.

Here is a fruit
For the crows to pluck,
For the rain to gather,
For the wind to suck,
For the sun to rot,
For the tree to drop;
Here is a strange
And bitter crop.

Música e letra de Lewis Allan, 1936