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OFICINA DE LETRAS E MÚSICAS

Oficina de composição de canções, da perspectiva de um letrista. Destina-se a compositores experientes ou iniciantes (incluindo os que são somente letristas ou que desejem criar letras). Cada participante apresenta canções de sua autoria para apreciação, avaliação, considerações e estímulos do ministrante, além de colocações de toda a turma (quem quiser, pode apresentar versões para o português de canções estrangeiras, por exemplo). O objetivo é abrir um espaço para que cada canção seja alvo de uma reflexão e discussão por parte do autor, dos demais participantes e do ministrante.

TEMA, FORMA E ESTILO EM CHICO BUARQUE

Em foco, fatores importantes no processo de criação de Chico, particularmente a sua poesia, como a correspondência entre seus versos e melodias e o status literário, paralelamente aos temas abordados (de implicações políticas, sociais, o lírico-amoroso, o “feminino”), de suas letras; o rimário sofisticado e a exploração da sonoridade. Aí se incluem tópicos como as aliterações criativas; os originais jogos lingüísticos; as relações de som e sentido, significado e significante; os sistemas rímicos eruditos, como os polifônicos; o virtuosismo no manejo dos versos. O compositor-letrista é situado, ao lado de Caetano Veloso, Cole Porter e Bob Dylan, entre os maiores compositores-letristas dos últimos cem anos. Partindo da abordagem das inventivas e magistrais combinações de palavras e sons que ele promove em suas canções, o curso destaca análises, entre outras, das seguintes canções: “Construção”, “O Futebol”, “Bancarrota Blues”, “Iracema Voou”, “A História de Lily Braun”, “O Que Será (À Flor da Pele)”, “Atrás da Porta”, “Bárbara”, “A Rosa”, “Paratodos” e “Flor da Idade”.

TEMA, FORMA E ESTILO EM GILBERTO GIL

A análise dos versos de Gil sob o aspecto sonoro, pondo em foco a criatividade de seu rimário – no qual sobressaem rimas de som e de sentido, raras e leoninas – e o alto nível de suas aliterações, ressaltando nestas as relações especiais entre signos e significados. São focalizadas, também, as relações de equivalência entre certas palavras cantadas e as notas correspondentes na melodia (isomorfismo verbomusical), além de jogos de palavras e ideias entre os versos. Enfim, uma série de procedimentos que colaboram para fazer de Gil um mestre da melopeia, a espécie de poesia impregnada de musicalidade, de nossos tempos. No repertório, canções como “Domingo no Parque”, “A Novidade”, “Palco”, “Metáfora”, “Punk da Periferia”, “Pessoa Nefasta”, “Se Eu Quiser Falar com Deus” e “A Linha e o Linho”, entre outras.

TEMA, FORMA E ESTILO EM CAETANO VELOSO

Em relevo, os elementos que colaboram para a riqueza formal e estilística na poética da obra de Caetano. Aspectos de suas letras como: a sonoridade, com destaque para o seu rimário rico, inventivo e sofisticado; para o emprego de aliterações e anagramas; de medidas poéticas clássicas e de formas de natureza vanguardista; as composições de palavras de inspiração joyceana; as citações poéticas cultas; as musicalizações de poemas concretistas; as relações de equivalência entre palavras e notas musicais. Enfim, uma série de procedimentos que concorrem para fazer de Caetano um grande mestre da melopeia, a espécie de poesia impregnada de musicalidade, de nossos tempos. Um artista que, atuando no âmbito da canção pop, rompe com os limites entre alta e baixa cultura, cultura popular e erudita, poesia e letra de música. Em pauta, canções como “Alegria, Alegria”, “A Tua Presença”, “Oração ao Tempo”, “London London”, “Sampa”, “Escândalo”, “Vaca Profana” e “Rapte-me, Camaleoa”, entre várias outras.

OFICINA DE VERSÕES

Oficina de criação de versões – traduções de letras de canções escritas originalmente em outra língua, inglês principalmente – com aplicação de procedimentos da moderna tradução de poesia literária. Destina-se a compositores (incluindo os que são somente letristas), poetas ou simples interessados. Cada participante leva e/ou é levado a criar versões de sua autoria para apreciação e estímulos do ministrante.

O CASAMENTO DE LETRAS E MÚSICAS

Curso sobre as relações entre letras e músicas em canção popular. Ilumina a compreensão de uma série de canções de nosso tempo e do passado, da tradição e da modernidade, revelando aspectos internos normalmente não observados nelas. Dá uma visão dos fatores principais que influem no processo de composição. São analisadas canções de vários gêneros, autores e épocas: da velha guarda da MPB à atual; da canção americana clássica ao rock. O elenco de compositores é bastante livre e aberto, indo de Tom Jobim e Vinícius de Moraes a Arnaldo Antunes, de Cole Porter a Prince, passando por Bob Dylan, Caetano e Chico.

NOEL ROSA, O POETA DO SAMBA

Os pontos altos de uma das obras mais geniais e prolíficas (a despeito de sua pouca duração: cerca de 250 canções em sete anos) da história da música brasileira: a obra de Noel Rosa, um dos maiores poetas da nossa canção popular, criador de clássicos como: “Com Que Roupa”, “Um Gago Apaixonado”, “São Coisas Nossas”, “Feitio de Oração”, “Filosofia”, “Não Tem Tradução”, “Feitiço da Vila”, “Palpite Infeliz”, “Conversa de Botequim” e “Último Desejo”. O curso trata de como ele assimilou a música dos autores de morro para a criação de sambas urbanos de fatura particular, original. Do status artístico-literário das suas letras, da revolução que estas operaram no panorama poético de nossa canção popular; de suas invenções linguísticas; dos principais polos temáticos da sua obra (o lírico, o social, o satírico etc.).

A CANÇÃO BRASILEIRA COMO UMA MODALIDADE DE POESIA

Os pontos de contato entre poesia popular e poesia erudita no panorama da canção brasileira moderna, considerada como uma modalidade de poesia – poesia popular cantada. Os momentos em que a letra de música rompe fronteiras estilísticas e atinge o plano da letra-arte: poesia. Casos de influência literária sobre a canção do Brasil. Os grandes compositores-letristas brasileiros como trovadores contemporâneos e seu papel na cultura nacional e internacional de nosso tempo: de Noel Rosa a Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque, de Vinicius de Moraes a Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown.

A VERSÃO DE CANÇÃO COMO FORMA DE TRADUÇÃO DE POESIA (CANTADA)

A explicação de um processo de criação de versões de canções americanas clássicas para o português, empregado por Carlos Rennó no repertório dos discos “Canções, Versões – Cole Porter e George Gershwin” (com repertório dos dois compositores) e “Nego” (com repertório de Richard Rodgers e Lorenza Hart, Irving Berlin, Oscar Jammerstein, Harold Arlen e outros), que tiveram entre seus intérpretes nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque e Elza Soares, Gal Costa, Rita Lee, Cássia Eller, Zélia Duncan, Maria Rita e Seu Jorge. A versão esteticamente criteriosa de canções estrangeiras, com a aplicação de procedimentos modernos de tradução de poesia literária (segundo poetas como Ezra Pound e os concretistas brasileiros) no campo de canção popular. A importância de traduzir não apenas sentido, mas também os procedimentos estilísticos utilizados nas letras originais.

LETRA DE MÚSICA É POESIA (CANTADA)

A revelação de lances surpreendentes, normalmente não observados, em letras de algumas das mais belas canções já criadas. Tomada como uma modalidade de poesia (cantada), a letra de música rompe fronteiras estilísticas, se eleva e atinge o plano da letra-arte. Os pontos de contato entre poesia popular (de canção) e erudita (de livro) no panorama da canção moderna, brasileira e de língua inglesa. A presença e a importância dos elementos musicais na poesia propriamente dita – a literária. A produção dos trovadores (sobretudo os provençais), não à toa chamada de canções. Os grandes compositores-letristas nacionais e internacionais como trovadores contemporâneos e seu papel na cultura do país e do mundo em nosso tempo. Em pauta, canções de Caetano Veloso, Chico Buarque; de Noel Rosa e Orestes Barbosa a Vinicius de Moraes e a Arnaldo Antunes; de Cole Porter a Bob Dylan, John Lennon e Prince; além de poemas de Drummond, de concretistas, de Fernando Pessoa, de Edgar Allan Poe, de trovadores provençais.

POESIA ESCRITA E LETRA DE MÚSICA: CONVERGÊNCIAS

Curso sobre os momentos em que, rompendo fronteiras estilísticas, a letra de música se eleva e atinge o plano da letra-arte: poesia. A letra é tomada como uma modalidade de poesia (cantada). Casos de influência da literatura sobre a canção brasileira e a de língua inglesa (sobretudo a americana). Casos especiais de musicalização de poemas literários. A presença e a importância dos elementos musicais na poesia propriamente dita. A produção dos trovadores (provençais), não à toa chamada de canções. Os grandes compositores letristas (brasileiros e americanos) dos últimos cem anos.

AS CANÇÕES DE LUPICÍNIO RODRIGUES

Em foco, a obra de um dos maiores músicos-poetas da tradição da música popular brasileira, perpassando por canções antológicas do compositor gaúcho como “Vingança”, “Nervos de Aço”, “Volta”, “Loucura”, “Se Acaso Você Chegasse” e “Quem Há de Dizer”, entre outras. A iluminação da compreensão de aspectos inusitados dessas e outras peças atesta a grandeza da obra de Lupe, criador inconfundível de um estilo de canção nacional: a dor-de-cotovelo. A permanência da força desse trabalho se evidencia em releituras modernizadoras realizadas por nomes que vão de Caetano Veloso e Gal Costa a Arnaldo Antunes e Adriana Calcanhotto.