de “Ponto Enredo”, de Pedro Luis
São tantos que lotavam um estádio
Os presos espremidos nesse prédio.
São bestas-feras, vocifera o rádio,
De quem não vê saída nem remédio.
Um homem pode ali morrer de tédio;
Viver ali já é um genocídio.
A calma de repente só precede o
Momento de revolta no presídio.
Então em tiros, gritos de homicídio
E lágrimas de sangue, explode o ódio;
E a cena má invade a vida, o vídeo.
Que pena, que sistema, que episódio!
Que horror, que dor… que triste, que tripúdio!
Que dó… mas ó: nos resta esse repúdio!