A gameleira, a jaqueira, o coqueiro, as acácias caídas, tombadas em vão;
O Camarajipe, o Lucaia enterrados e ainda correndo debaixo do chão;
No alto elevado, no asfalto, do lado de mil automóveis, dois ônibus só;
Onde era a paisagem feliz de folhagens a triste estrutura que dói e dá dó.
As sumaúmas caindo uma a uma, sim, a sumaúma, das árvores mãe;
E cem centenárias extraordinárias, e tantas e várias mil plantas de Ossãe;
Por tal natureza de plena beleza, que plano, que reza, ação ou ebó
Reduz tal projeto, tão mau e obsoleto, de piche e concreto, a cinzas e pó?
Ó, orixás, ó meu pai, guardião,
Com um clarão iluminem
Mentes e homens de pouca visão;
Sábios que são, lhes ensinem
Como é sagrado o rio a correr
E o verde ser que destroem;
Deuses, ecoem no ar nossa voz
E a todos nós abençoem.
Que não derrubem mas plantem mais árvores e que não tampem o rio a rolar,
E que se resgate a nascente perdida e se escute o pedido da gente a clamar
Que parem a obra que cobra tão caro do povo, da flora e da fauna afinal,
E que sobretudo pro pobre se obre na dura cidade que não é igual.
Ó, orixás, ó meu pai, guardião,
Com um clarão iluminem
Mentes e homens de pouca visão;
Sábios que são, lhes ensinem
Como é sagrado o rio a correr
E o verde ser que destroem;
Deuses, ecoem no ar nossa voz
E a todos nós abençoem.