O Rio, cidade que é sede
Dos jogos do amor, excede
Em convites que são mais de mil
E vão do mais óbvio e vil
Ao mais tênue, mais sutil,
E fazem do Rio o Rio.
E quem teme ou não topa o que é bom
Do Leme até o Leblon
E em Copa do réveillon,
Do Posto 6, de Drummond? (1)
Do Sambódromo do semi-nu,
De um carnaval com glamour,
A um discreto Grajaú,
Sempre se rompe um tabu.
A beleza da força no ar
Da natureza invulgar
Desse lugar singular
Convida-nos a amar.
O Rio, cidade com sede
De fogo de amor, concede (2)
Liberdade para azaração,
Points, mato de montão
Para caça e pegação.
Praia, praça, calçadão.
Ipanema de cada sereia-
Gata sarada na areia,
De tanta bandeira gay a
Fazer olhar quem vagueia.
O ao redor da Rodrigo de Freitas,
Onde tu, amigo, espreitas
Perfis e pernas perfeitas,
Sonhando com quem te deitas.
E quem quer ficar só, por azar? (X)
Lá na Lapa em cada bar,
Ao som do samba no ar,
Sorte de quem azarar!
O Rio, cidade que é sede
Dos jogos do amor, se excede
Na cachorra do morro que excita
O baile em que ela exorbita
No sexo que se explicita
No funk que ela exercita.
Mas o Cristo afinal Redentor
Vem abençoar o suor
De um par adorando o pôr
Agora no Arpoador.
A visão da baía que é duca
Causa a vertigem maluca
E eu quase morro da Urca
Ao pico do Pão de Açúcar.
Uma louca sugesta no ar,
De festa a se preparar,
De êxtase par e par,
Convida-nos a ficar.
Uma louca sugesta no ar,
De festa a se preparar,
De êxtase par e par,
Convida-nos a trepar.
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