Defaunação

Da onça-pintada ao mico-leão-dourado e ao pica-pau, 

Da anta ao mutum, do boto ao cuatá, veado e ao urutau,

Milhões de animais silvestres agora vivem um stress fatal,

Perdendo habitat com a mutação climática mundial

E com a letal ação da agropecuária industrial.

Tucano, macaco-prego, preguiça, águia, lobo-guará,

Guaruba, raposa, tamanduá-bandeira ao deus-dará.

Oh como uma espécie humana é tão desumana, oh deus, tão má

E nem tão inteligente pois atacando o ambiente, tá

Pilhando o planeta só pelo bruto lucro que a carne dá.

Coral, jacaré, queixada, tatu, queimados num fogaréu,

Bovinos e porcos e aves criados do modo mais cruel.

Milhares de corpos num dos horrores mores perante o céu. 

E todos são sencientes da natureza do seu papel,

E sentem felicidade e tristeza, como você e eu.

Aranha, ariranha, gato-maracajá, murucututu,

Calango, tucunaré, tangará, tiê-sangue, tuiuiú

Cuidar do seu bem estar sem deixar nem UM sapo jururu

Também é cuidar das plantas e dos biomas de norte a sul,

É bom para o mundo todo, pra todo mundo, pra mim e tu.

Da arara à tartaruga, ao araçari, beija-flor e mais: 

Da abelha ao zogue-zogue, ao cuxiú, peixe-boi e tais:

Os animais são humanos também e nós somos animais. 

Mas já abatemos a maioria deles, os ancestrais, 

Oh mãe, não podemos ameaçá-los nem extingui-los mais.