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Choro (Jazz Song) 🎤

Álbum “Dá Pé” – de Danilo Penteado.

It is one, it is two, it is three, it is four, it is jazz 🎼
What I have, what you have, what we have, what she has, what he has 🎹
It has never gone, is never done, has never passed 🎷
It will forever live, forever give, forever last 🎺

It is cool, it is hot, it is free, it is more, it is jazz🎸
What a joy, what a jam, what a gem, what a cream, what a class 😊
It is a real gift, a real gig, a real gas 🥁
It is one, it is two, it is three, it is four, it is jazz 🎸

Ornitologia

Álbum “Dá Pé” – de Danilo Penteado.

Há aves que avoam como naves 🚀
Há aves que povoam, rasgam o ar 🕊
Algumas migram pelo mar 🌊
Umas rebrilham tais e quais metais 🎷
Umas resistem pelos pantanais 🦆
Algumas nem existem mais 😢
E tem mais ➕
Umas tem plumas ornamentais🦚
Umas tem timbres suaves 🎼

Assim o passarinho é das aves🦜
A ave da mais leve asa veloz🕊
A ave da mais bela voz🎤
Ávida de canto e encantação 🎧
Ávida de vôo e renovação🛩
De seda e de sedução ❤
Revoa, voa, soa e ressoa🎼
Ave, ave! 🦅
Avião! ✈

Me Dê Você

Você me tem
Na sua mão.
Sou seu refém
De coração.
Eu sou seu bem
Até os pés
E digo amém
Dez vezes dez.

Você conduz
O meu olhar
Pra sua luz
Sempre a brilhar.
Jamais alguém
Luziu assim,
Pra mais de cem,
Dentro de mim.

Mas, ó
E como em tudo há sempre um outro dado
Ó, flor
E o amador almeja o ser amado
Amor…

Me dê você,
Me dê você,
Me dê você,
Me dê você

Ter tudo é ter
Você nas mãos;
Tocar seu ser,
Seu coração.
Ganhar, roçar
Seu sexo-céu;
Curtir, provar
Seu gozo-mel.

Eu vou lhe dar-
Me aonde for.
No Rio, no mar,
Em Salvador.
Você não tem
Que se prender
Em mim que nem
Eu a você.

Porém
E como tudo tem um outro lado
E, bem,
Quem ama também ama ser amado
Meu bem…

Me dê você,
Me dê você,
Me dê você,
Me dê você

Você me tem
Na sua mão.
Sou seu refém
De coração.
Eu sou seu bem
Até os pés
E digo amém
Dez vezes dez.

Porém…
Também…
Amor…

Me dê você,
Me dê você…

*

Bela Amiga

Bela, você
Vou lhe dizer
Não sabe o que é viver
O maior prazer
De encontrar e ver e por perto ter você

Pra saber
Teria que ser
Um cara, um outro ser
Para perceber
Essa graça pura, a doçura que é você

Livre e leve
Qual ave pronta pra voar
Siga e leve
Consigo essa canção no ar
Que eu lhe sigo
E eu lhe digo…

Doce amiga
Dessa canção aqui
Bela, diga
Aqui pra mim “e se…
“… puséssemos amor nessa amizade?”
“E o deixássemos fluir pela cidade?”

Bela, seus pais
Há tempos atrás
Em noite de inspiração
E iluminação
Foram muito foda na sua concepção

Tanto que
Devo admitir
Que além de admiração
E um apego tão
Lindo já me pego sentindo uma atração

Livre e leve
Qual ave pronta pra voar
Siga e leve
Consigo essa canção no ar
Que eu lhe sigo
E eu lhe digo…

Doce amiga
Dessa canção aqui
Bela, diga
Aqui pra mim “e se…
“Se puséssemos amor nessa amizade?”
“E o deixássemos fluir pela cidade?”

Defaunação

Da onça-pintada ao mico-leão-dourado e ao pica-pau,
Da anta ao mutum, do boto ao cuatá, veado e ao urutau,
Milhões de animais silvestres agora vivem um stress fatal,
Perdendo habitat com a mutação climática mundial
E com a letal ação da agropecuária industrial.

Tucano, macaco-prego, preguiça, águia, lobo-guará,
Guaruba, raposa, tamanduá-bandeira ao deus-dará.
Oh como uma espécie humana é tão desumana, oh deus, tão má
E nem tão inteligente pois atacando o ambiente, tá
Pilhando o planeta só pelo bruto lucro que a carne dá.

Coral, jacaré, queixada, tatu, queimados num fogaréu,
Bovinos e porcos e aves criados do modo mais cruel.*
Milhares de corpos num dos horrores mores perante o céu.*
E todos são sencientes da natureza do seu papel,
E sentem felicidade e tristeza, como você e eu.

Aranha, ariranha, gato-maracajá, murucututu,
Calango, tucunaré, tangará, tiê-sangue, tuiuiú –
Cuidar do seu bem estar sem deixar nem UM sapo jururu
Também é cuidar das plantas e dos biomas de norte a sul,
É bom para o mundo todo, pra todo mundo, pra mim e tu.

Da arara à tartaruga, ao araçari, beija-flor e mais:
Da abelha ao zogue-zogue, ao cuxiú, peixe-boi e tais:
Os animais são humanos também e nós somos animais.
Mas já abatemos a maioria deles, os ancestrais,
Oh mãe, não podemos ameaçá-los nem extingui-los mais.

………………………………………………………………………………..

Brasil vive a emergência de incêndio, seca e devastação,
Para produção de carne de gado e soja para ração,
Levando afinal a flora e a fauna à fome e à extinção.
Por isso é preciso preservação, cuidar e dar proteção
E o pleno direito à vida selvagem, livre de exploração.

Oh, Pantanal

Na natureza de beleza deslumbrante,
Vemos o rastro do desastre pelo chão.
E o que já estamos vislumbrando mais adiante
É de tocar e de cortar o coração.

Que aconteceu com tanto verde e tanta água
E o céu azul que a fumaça diluiu?
Quem tocou fogo e provocou um mega estrago à
Vegetação e quem o rio poluiu?

Pantanal,
Qual teu destino final,
Nosso destino afinal?
Qual, Pantanal?

Nem pássaro, nem peixe, nem onça, nem réptil
Deve morrer queimado ou seco ano a ano.
Oh que a mãe Terra interceda e intercepte o
Golpe fatal da mão do ser humano,

Por tuas cheias e vazantes e história,
Pelas araras, tuiuiús e jacarés,
Visão da criação de Deus, de sua glória,
Do roxo dos ipês a tudo que tu és.

Pantanal,
Qual teu destino final,
Nosso destino afinal?
Qual, Pantanal?

Embaixo um rio baixo, em cima um sol laranja,
No ar um cheiro de fuligem e fumaça.
O que há de ser de nós no incerto do amanhã já
Que no presente a gente está sob ameaça?

Já que pra nós importa a vida da planície,
Que tá secando a cada ciclo que completa,
A vida verde da alagável superfície,
A mais infinda e das mais lindas do planeta.

Pantanal,
Qual teu destino final,
Nosso destino afinal?
Qual, Pantanal?

A seca chega, a chuva some, e é só tragédia.
Ao sol que cega, o solo racha, a vida míngua.
A seca pálida, esquálida, precede a
Propagação do fogo e suas línguas.

O fogo é alto, e também alto é seu ronco.
Veloz, seu movimento ao vento, e a ação
Torna um palito cada galho e cada tronco,
De cinza branca como neve cobre o chão.

Pantanal,
Qual teu destino final,
Nosso destino afinal?
Qual, Pantanal?

Os rios descem do planalto, onde nascem,
Mas as nascentes o “agrobiz” tá destruindo.
O pantaneiro em vão lamenta a fase má sem
Que a cheia deixe de ir diminuindo.

A natureza grita, o coração aperta!
Quem ouve é gente que conserva o ambiente.
Com esperança de que a condição reverta,
Restaura o solo e recupera a nascente.

Pantanal,
Qual teu destino final,
Nosso destino afinal?
Qual, Pantanal?

Mineração, barragem, mudança climática,
O agrotóxico, a exótica pastagem,
O mar de soja, o rio sujo, o desmate, ca-
Da vez mais esticada a estiagem.

A natureza avisa e a ciência alerta:
Do modo que vão degradando o seu entorno,
O Pantanal, irão torná-lo um deserto,
Irão levá-lo além do ponto sem retorno.

Pantanal,
Qual teu destino final,
Nosso destino afinal?
Qual, Pantanal?

Pantanal,
Qual teu destino final,
Nosso destino afinal?
OH, PANTANAL?

Rondó do Amor (“Rondo D´Amour”)

Contigo eu sonho quando em vigília.
Contigo eu sonho no sono, sim.

De noite acordo, a noite brilha,
Te sinto as asas perto de mim.

Com a razão me aconselhas.
Te ouço a voz, longe ou perto, aqui.

A ti pertenço na vigília.
Quando adormeço, pertenço a ti.

Sem nem meus olhos, nem as orelhas,
Posso te ver, posso te ouvir.

Em mim tu vives, maravilha.

Tu vives em mim,
Doce maravilha.

De noite acordo, a noite brilha,
Te sinto as asas perto de mim.

Te sinto as asas perto de mim.

*

Escrito Nas Estrelas

Você pra mim foi o sol
De uma noite sem fim
Que acendeu o que sou,
Pra renascer tudo em mim.
Agora eu sei muito bem
Que eu nasci só pra ser
O seu parceiro, seu bem, (*)
E só morrer de prazer.

Caso do acaso bem marcado em cartas de tarô,
Meu amor, esse amor de cartas claras sobre a mesa
É assim.
Signo do destino, que surpresa ele nos preparou;
Meu amor, nosso amor estava escrito nas estrelas,
Tava, sim.

Você me deu atenção
E tomou conta de mim.
Por isso, minha intenção
É prosseguir sempre assim.
Pois sem você, meu tesão,
Não sei o que eu vou ser;
Agora preste atenção:
Quero casar com você.

_____________________

Variante:
(*) Sua parceira, seu bem,

*

Escrito Nas Estrelas

Você pra mim foi o sol
De uma noite sem fim
Que acendeu o que sou,
Pra renascer tudo em mim.
Agora eu sei muito bem
Que eu nasci só pra ser
O seu parceiro, seu bem, (*)
E só morrer de prazer.

Caso do acaso bem marcado em cartas de tarô,
Meu amor, esse amor de cartas claras sobre a mesa
É assim.
Signo do destino, que surpresa ele nos preparou;
Meu amor, nosso amor estava escrito nas estrelas,
Tava, sim.

Você me deu atenção
E tomou conta de mim.
Por isso, minha intenção
É prosseguir sempre assim.
Pois sem você, meu tesão,
Não sei o que eu vou ser;
Agora preste atenção:
Quero casar com você.

_____________________

Variante:
(*) Sua parceira, seu bem,

*

Deus, Proteja Meu Filho

Seu ideal e sonhos me comovem.
Ele é rebelde, ele é jovem.
Em seu olhar eu vejo tanto brilho!
Ele rima, ele dança,
É cheio de desejo e de esperança;
Oh Deus, proteja meu filho!

Puxou meus olhos e meu tom de pele.
No trabalho eu lembro dele,
Que me sorri, e eu me maravilho.
Ele quer fazer Direito.
Eu o carrego sempre no meu peito.
Oh Deus, proteja meu filho!

Que mesmo lindo no seu uniforme,
Pode haver um risco enorme,
Sem eu poder correr em seu auxílio.
Quem também tem filho preto
Entende minha angústia e meu afeto.
Oh Deus, proteja meu filho!

É duro lhe dizer mas eu lhe digo
Que correr é um perigo.
Esse temor com mães irmãs eu compartilho.
“Nunca faça um gesto brusco”,
Eu falo pro seu bem que eu tanto busco.
Oh Deus, proteja meu filho!

Do mau policial em desatino
Livre e guarde esse menino,
Do dedo impune que nos pune com gatilho.
Pra que nunca seja um alvo
E pra que chegue em casa são e salvo,
Deuses, protejam meu filho!

Enquanto eu luto pelo seu direito
De não ser alguém suspeito
E de ser livre de correntes e empecilhos,
Até que o racismo zere
E que a justiça no país impere,
Deuses, protejam meu filho!
Deuses, protejam meu filho!
Oh, deuses, protejam nossos filhos!

Muita Lindeza

Há beleza na flor, no mar,
No pôr do sol e na lua.
Há belezas sem par na natureza.
Porém nenhuma se compara à sua.

Meu olhar é uma lupa
Com a qual eu te fotografo.
Mas pense na beleza em dose dupla:
É você no Cortejo Afro!

No Cortejo eu te vi e te vejo,
Te abraço, te beijo, te amasso e desejo.
O Cortejo e você é muita lindeza, muita.
Quando você ao Cortejo se junta,
Eu nunca vi tanta lindeza junta.
O Cortejo e você é muita lindeza, muita

Baião Pra Uma Baiana em São Caetano

Baião,
Vai àquela baiana em São
Caetano, São Paulo, onde estão
Minha mente e meu coração,
E chegando por MP3,
Diz que eu ando infeliz outra vez,
Que ela volte, pra me consolar,
Ao meu lar.

Baião,
Diz a ela, que é lá de onde são
O João, A Ivete, o Galvão, (*)
Juazeiro, Bahia, sertão,
Que nem lá, nem no grande ABC,
Um desejo maior não se vê;
Quem a queira assim como eu
Não nasceu.

Tendo todo o passado que tens,
Tendo sempre passado as mens-
Agens belas dos males e bens
De amor,
Passa mais essa aqui, por favor,
Pra baiana fatal, que é a tal
Que me dana e me causa, afinal,
Tanto bem e também tanto mal.

Baião,
Diz a ela que um dia eu fui são,
E a loucura, a doença, a paixão
Hoje atacam o meu coração,
E o remédio é só ela quem tem,
Porque dela é o veneno também;
“Louco” é pouco pra me definir;
C’est fini.

_____________________
Variante:
(*) O João, O Wlatinho, o Galvão,

Escrita em 2012

Mundo em Expansão

Tudo o que há no mundo, o universo,
Té o que tá no fundo, no inverso –
Toda a amplitude do oco do céu
Cheio de objetos num véu –
Tudo, contudo, contido no vão
Do espaço do coração.

Mundo, que vasto mundo de tão grande
Mundo, que afunda, afasta-se e expande,
Como um balão de galáxias, aliás,
Inflando, inflando de gás,
Tanto e no entanto cabendo enfim
Na alma que há em mim.

Como então, de repente,
Coração, alma, mente
São tão-só ocupados por um ser,
Que toma todo o infinito
Que no meu eu eu reflito
E que não é ninguém mais que você…
Você que faz, oh pequena,
A minha vida tão plena,
O meu amor e o meu mundo crescer?!

*

Todas Elas Juntas Num Só Ser – Número 2



Não canto Ive Brussel, Denise Rei,
Dumingaz, Rita Jeep de Ben Jor;   
Não canto a moça do galante Wando,
Nem canto a aeromoça de Belchior;
Nem Sarah nem a baby-blue de Dylan,
Nem Sally nem a doce Jane, de Lou;
Nem Angie nem a Lady Jane de Jagger;
Nem Scarlet Moon de Lee e de Lulu.

De Simon, nem Cecilia e Mrs. Robinson:
Só deixam minha lista mais extensa;
Nem la femme, l´amour de Reginaldo;
Nem la belle de jour de Alceu Valença;
De Assis Valente, nem Maria Boa;
De Lupicínio, nem Maria Rosa;
De Zé Ramalho, nem a mulher-frevo
Nem a nova, bonita e carinhosa.

Só você,
Hoje eu canto só você,
Só você,
Nem uma outra mais tem meu querer.

E danem-se Diana, de Paul Anka;
A falsa loira, de João Bosco e Aldir Blanc;
De Samuel Rosa com Chico Amaral,
A tal garota nacional, do Skank;
E Ruby e Georgia, musas de Ray Charles,
E Ruby, joia de Thelonious Monk,
E Ruby Tuesday, outra de Mick Jagger –
Além das tais mulheres honky-tonk;

Maria e mais Maria solidária,
De Milton Nascimento com Fernando Brant;
Maria, a escandalosa e a Candelária,
De Klécius Caldas com Armando Cavalcanti;
E de Caetano, para Cássia Eller,
A criatura, a gata extraordinária,
Como a menina do anel de lua
E estrela de Vinícius Cantuária.

Só você,
Eu sou quem flama, chama por você;
Só você,
Meu sal, meu mel mesclado com dendê.

Nem Sá Marina, de Gaspar e Adolfo,
Nem Dinorá, de Vitor com Ivan;
Izaura, de Herivelto com Roberti;
Clarice, de Caetano e Capinan;
Da miss de Bosco e Blanc, a Miss Suéter,
À de Roberto e Rita, a Miss Brasil 2000;
Nem Mabellene e a sixteen, de Chuck Berry;
De Little Richard, nem miss Molly nem Lucille.

E nem a mariposa de Adelino
E nem a marcianita de Alderete
E nem a moreninha de Zé Rico
E nem a mascarada de Elton e Zé Kéti
E nem a Colombina de Ed Motta
E nem a Cinderela de Rossini           
E nem a burguesinha de Seu Jorge
E nem a Tiazinha – uh! – de Vinny!

Só você,
Eu hoje elevo e louvo só você,
Só você,
Que eu clamo e que eu declamo como o quê.

Da brasileira de Benito à espanhola
De Guarabyra e Venturini em dupla,
Nem a mineira de Nogueira com Pinheiro,
Nem a garota de Berlim de Supla,
Nem a de Gil garota do Barbalho,
Nem as de Herbert meninas do Leblon,
Nem a de Bowie, mina lá da China,
Nem as mulheres de LA de Morrison;

E, de José Fortuna, nem a índia,
Sangue tupi, a flor do Paraguai;
E, de João de Barro, nem Mimi,
A japonesa (sic) de Xangai,
E nem Chiquita lá da Martinica;
Nem, de Chico, as muchachas de Copacabana,
Nem a morena do chocalho lá de Angola;
E de Emicida enfim nem a baiana.

Só você,
Ninguém me inspira mais do que você,
Só você
Eu canto e eu decanto com prazer.

Jamais alguém já fez alguém fazer
Uma canção que nem você me fez;
Nem mesmo Rita e Martha, a Paul MacCartney;
Tampouco Yolanda, a Pablo Milanês;
Nem Conceição, a Dunga e Jair Amorim;
E nem Cristina, a Tim e Carlos Imperial;
Nem Florentina de Jesus, a Tiririca;
Nem Sandra Rosa Madalena, a Magal;

Jamais também um cantautor cantou
Numa canção assim a sua amada,
Nem Dylan totalmente apaixonado
À dama de olhos tristes da Baixada;
É justo então que você dê pra mim de vez,
Só dessa vez, eu juro pelos deuses!
Só uma vez… ou só mais umas dez…
Vezes dez vezes dez… vezes dez… vezes!

Só você,
Ninguém desejo mais do que você,
Só você,
Você, meu grande amor, meu grande tê.

Você é como a mina preciosa
De Péricles e Augusto com John Donne;
Como o xodó, a paz de Dominguinhos;
O bem-querer, o encanto de Djavan;
Como a sereia de Lulu com Nelson Motta;
A fada, a doce amada de Zezé;
Como a sofisticada dama de Duke Ellington
E como a puta de Odair José.

Você é para mim e o meu amor
Profundo, grande e largo como o mar,
Mais que a donzela foi pra Luiz Melodia,
Mais que Luzia foi pra Itamar;
Que Xanduzinha pra Luiz Gonzaga
E Capitu para Luiz Tatit,
E que a namoradeira pra Rincon e Lia
E que a praieira pra Nação Zumbi!    

Só você,
Que é tudo, tudo, tudo, só você,
Só você,
Que é todas elas juntas num só ser.

Apaixonado Por Você

Suas mensagens no WhatsApp
E também lá no Instagram
Não tem nenhuma que me escape,
Releio todas de manhã.

Na sua mágica presença
Em fico em outra, alterado.
Mas nem por isso se convença
De que eu estou apaixonado
Por você.

Suas imagens lá no Insta
Eu olho quando tô on-line.
Meu fogo num instante insta
Que você logo o amaine.

Na sua falta tudo fica
Menos bonito e animado.
Isso, porém, não significa
Que eu estou apaixonado
Por você.

Quando nós dois nos encontramos,
Eu me demoro em nosso abraço.
Meu coração se diz “eu amo”, S-
em consciência e sem compasso.

Por dentro eu fico numa puta
Felicidade do seu lado,
Mas “nué” certeza absoluta
Que eu estou apaixonado
Por você.

Seu porte longo e meio magro
Na aula de yoga se destaca;
Você de longe eu só que flagro;
Tão concentrada, cê nem saca.

Mas quando eu vi o belo pomo
De suas coxas do meu lado,
Perdi o sono à noite, como
Se eu estivesse apaixonado
Por você.

Detesto olhar pro que cê fez,
Num de seus pés, no lado externo –
A tatuagem para um ex:
“Fulano, meu amor eterno”.

Agora um cara um tanto fraco
É que é seu novo namorado.
Mas ao seu lado ele é opaco –
E nem é tããão apaixonado
Por você.

Eu pra você sou um amigo,
Assim você tem me tratado.
Sou seu “querido”, mas não ligo
Se for querido e for amado.

Sua família é bem maneira,
Mas vou parar com esse agrado.
Agindo assim dessa maneira,
Podem me achar apaixonado
Por você.

Vieram me dizer que dizem
Que você é a minha musa,
Mas eu até fiquei feliz em
Saber que isso se deduza,

Porque não só esta canção
Eu em você fiz inspirado,
Porém não vá achando, não,
Que eu já estou apaixonado
Por você.

Você aspira o seu haxixe,
E eu é que quase enlouqueço
Com o seu rosto, meu fetiche,
Que eu tanto gosto e nunca esqueço.

Já não importa onde ou quando,
Tanto em você tenho pensado!
Mas é melhor não ir pensando
Que eu tô de fato apaixonado
Por você…

*

Todas Elas Juntas Num Só Ser – Final

Por adorá-la mais que Dorival
A Dora, Doralice, Gabriela,
E por querê-la mais do que Cazuza
Pôde querer Querelle, ó minha estrela,
Por horas, dias, mil e uma noites,
Eu mais de mil canções evocaria
Nessa canção e tão-somente nela,
Pra ter você pra sempre e mais um dia;

Canção que é feita de canções já feitas
Pra se cantar alguém, alguém qualquer,
E que são feitas sempre, pois tem sempre,
Pra se cantar, alguém a quem se quer,
Como você, que é uma canção em si,
Como essa aqui, que é uma canção sem fim,
Pois não acabam as canções de que ela é feita,
Nem por você o meu querer tem fim.

Só você
Faria-me fazê-la, só você,
Só você
Me inspira – e eu transpiro no fazer.

E pausa e finda assim num pseudofim,
E pára aqui pra que não se prolongue,
A minha “Sad Eyed-Lady of the Lôwlands”,
A minha “You´re The Top”, minha list-song,
Canção cantada escrita dita dada
Tão-só para você, que para mim
É tal como o cherie amour de Wonder
E assim como a querida de Jobim,

Canção que cessa mas que recomeça,
Que o rol de músicas e musas não acaba,
De “Maringá”, de Joubert de Carvalho,
Até “Mulher do Paraná”, de Sorocaba,
Além do mais sua beleza é uma grandeza
Que nem numa canção como essa cabe,
E faz com que o desejo por você
Que nunca cessa em mim não mais acabe.

Só você,
Você, você, você e só você,
Só você
É todas elas juntas num só ser.

*

Letra de 2016

A Rima Perfeita

Como beijo com desejo,
Como sexo com amplexo,
Nós rimamos como o quê;
Como baccio e abbracio,
Qual lambida e comida,
Eu combino com você;
Qual carícia e malícia,
Poesia e fantasia;
Será que você não vê?

Que nem lalá
E ah… ah… ah… ah… ah… !;
Rimar assim que é bom
Que nem espasmos de orgasmos,
Em sentido e som,
Como em Drummond.

Como fire e desire,
Como love e meia-9,
Qual tesão e relação,
Como seios e anseios,
Como pelos e apelos,
Qual canção e acordeão.

Que nem lalá
E ah… ah… ah… ah… ah… !;
Rimar assim que é bom
Que nem espasmos de orgasmos,
Em sentido e som,
Como em Drummond.

Como frio e arrepio,
Como laço e amasso;
Nós rimamos como o quê;
Qual cometa e gameta,
Qual beleza e natureza,
Falta só você se convencer.

*

Declaração

Umas vezes eu não sei
Se você existe, porque
Como pode haver algo ou alguém
Que nem você?!

Outras vezes eu não sei
Se há outras coisas, porque
Como pode haver algo ou alguém
A mais, além,
Além de você?!

Você é mais real
Do que a própria luz
Então ressalta
Aos meus olhos nus

Você sempre vem
Em primeiro plano
Do que mais tem no mundo
Tudo mais pra mim parece
Ser apenas pano de fundo
Assim é pra mim

Dona, moradora mor
Desse coração que era só
E que um dia foi mas já não é meu,
É todo seu;

Senhora do coração
Da minha cabeça-razão,
Sem você eu só penso em você,
Só em você
Intenso em você.

Quando eu me vejo
Só sem você do lado, eu
Viajo e vejo
Você ao lado meu

E nos vendo juntos
Eu me invejo a mim
Me sinto um rei e sei
Que esse sonho é louco, sim
Louco e não é pouco, não
Mas é bem assim!

*

O Laço Que Une Eu E Você

Você produz em mim um sentimento
Que leva uma pessoa a fazer
Uma loucura a cada momento,
Ou a compor enfim uma canção.

Mas para mim, amor, não é assim, porque
Eu nunca tive dom pra isso, não.
Eu não sou bom de verso nem de rima, nem
Sei como se faz um refrão.

Eu sou um cara mais de ação, entende?
Se eu sou a fim, eu vou, e fim, e pronto.
Meu coração tão-só ao seu se prende,
Mas não só com palavras eu demonstro

O quanto que eu me amarro, o quanto que eu me agarro
Em você, com tal querer
E uma tal fissura, a cada mil loucuras
Que eu faço por você.

E eu faço mil e uma pra fazer
Mais firme o laço que une eu e você.

Você me faz viver a poesia
Do que se diz numa canção de amor
Porém, meu bem, eu nunca saberia
Cantar o meu amor numa canção.

E é mais o que eu faço, e menos o que eu falo,
O que expressa o meu coração.
No mais, não sei cantar, eu aliás nem sei
Como se toca um violão.

Mas faço mil e uma pra fazer
Mais firme o laço que une eu e você.

Composta em 2015