Arquivo da categoria: Paulinho Moska

O Laço Que Une Eu E Você

Você produz em mim um sentimento
Que leva uma pessoa a fazer
Uma loucura a cada momento,
Ou a compor enfim uma canção.

Mas para mim, amor, não é assim, porque
Eu nunca tive dom pra isso, não.
Eu não sou bom de verso nem de rima, nem
Sei como se faz um refrão.

Eu sou um cara mais de ação, entende?
Se eu sou a fim, eu vou, e fim, e pronto.
Meu coração tão-só ao seu se prende,
Mas não só com palavras eu demonstro

O quanto que eu me amarro, o quanto que eu me agarro
Em você, com tal querer
E uma tal fissura, a cada mil loucuras
Que eu faço por você.

E eu faço mil e uma pra fazer
Mais firme o laço que une eu e você.

Você me faz viver a poesia
Do que se diz numa canção de amor
Porém, meu bem, eu nunca saberia
Cantar o meu amor numa canção.

E é mais o que eu faço, e menos o que eu falo,
O que expressa o meu coração.
No mais, não sei cantar, eu aliás nem sei
Como se toca um violão.

Mas faço mil e uma pra fazer
Mais firme o laço que une eu e você.

Composta em 2015

Pô tem dó
Vem pra cá
Tô tão só
Ah vem já

E traz o céu
O sol o sal
E mais o mel
Qu´eu tô mó mal

Eu tô sem bem
Sem chão sem fio
Com frio sem par
Nó!
Vem pra não ser mais eu só
E sermos nós

Vem a cem
Não diz não
Eu tô sem
Só na mão

E tô a fim
De dois em um
De ti em mim (*)
E tu nem tchum

E eu sem pai
Nem mãe nem vó
Tão-só ao deus-
Ao léu a sós

Meu
Vem pra não ser mais só eu
E sermos nós

Variante:
(*) De ti pra mim

Megahit


do Álbum “Beleza e Medo”

Você não sai da minha cabeça
Como canção que toca à beça
Toca em excesso, é um puta sucesso
Um megahit
Toca em excesso, é um puta sucesso
Um megahit
Você me deixa louco, doente
Pra ter você também pela frente
E não só na mente, é que o corpo sente
A paixonite
E não só na mente, é que o corpo sente
A paixonite
Minha temperatura aumenta
O tempo ao meu redor esquenta
Sobe degraus, trocentos graus
A um sol sem limite
Sobe degraus, trocentos graus
A um sol sem limite
Um megahit
Você é minha idéia fixa
Que prega em mim, me crucifixa
É tanto desejo que se eu não te vejo
Viro dinamite
É tanto desejo que se eu não te vejo
Viro dinamite
E pra acabar, não há o que eu coma
Vou acabar entrando em coma
Eu já ‘tô à míngua, só a sua língua
Me dá apetite
Eu já ‘tô à míngua, só a sua língua
Me dá apetite
Minha temperatura aumenta
O tempo ao meu redor esquenta
Sobe degraus, trocentos graus
A um sol sem limite
Sobe degraus, trocentos graus
A um sol sem limite
Um megahit
Um megahit, um megahit
Um megahit
Um megahit, um megahit
Um megahit
Um megahit, um megahit
Um megahit
Um megahit, um megahit
Um megahit

Em Você Eu Vi


Do álbum Beleza e Medo

Em você eu vi a possibilidade
Do meu sonho mais risonho se tornar realidade
Em você eu vi a beleza, a verdade
A própria promessa da felicidade
Uma coisa bonita, alegria infinita no coração
Uma coisa bonita, alegria infinita no coração
Tudo que eu via parecia até miragem
Eu pensei, será, será, será que é viagem?
Parecia uma visão ou quem sabe aparição
Um milagre, uma lágrima alegre
Nos olhos da solidão
(Eu vi)
Em você eu vi
Uma graça, uma força, um poder, eu vi
Uma tal beleza
Pela qual alguém podia até morrer e eu ri
Eu vi o que é viver, eu vi
Quando bem junto de você, eu vi
O amor explodir
Que nem estrela a eclodir
Eu vi e você viu, eu vi
O amor explodir
Explodir
Explodir
Explodir
Eu vi o que é viver, eu vi
Quando bem junto de você, eu vi
O amor explodir
Que nem estrela a eclodir
Eu vi e você viu, eu vi
O amor explodir
Explodir
Explodir
Explodir

Nenhum Direito a Menos

Integra o álbum Beleza e Medo de Paulinho Moska

Nesse momento de gritante retrocesso
De um temerário e incompetente mau congresso
Em que poderes ainda mais podres que antes
Põem em liquidação direitos importantes
Eu quero diante desses homens tão obscenos
Poder gritar de coração e peito plenos
Não quero mais nenhum direito a menos

Nesse país em que se vende por ganância
Direito à vida, à juventude, e à infância
Direito à terra, ao aborto e à floresta
À liberdade, ao protesto, ao que nos resta
Eu grito: Fora! Esses homens tão pequenos
De interesses grandes como seus terrenos
Não quero mais nenhum direito a menos

Nessa nação onde se mata e trata mal
Mulher e pobre, preto e jovem, índio e tal
Onde nem lésbica, nem gay, nem bi, nem trans
São plenamente cidadãos e cidadãs
Não quero mais cantar meus versos mais amenos
A menos que antes seus direitos sejam plenos
Não quero mais nenhum direito a menos

Nesse Brasil da injustiça social
E de uma tal desigualdade sem igual
Queria ver os grandes lucros divididos
E os dividendos afinal distribuídos
Os bilionários concordando com tais planos
Se revelando seres realmente humanos
Não quero mais nenhum direito a menos

Nesse momento de tão pouca luz à vista
E tanto ataque ao que é direito e é conquista
Eu canto tanto desistência, o desencanto
Mas canto a luta, a rexistência, tanto quanto
E quanto àqueles que ainda pensam que detém-nos
Eu canto e grito a pulmões e peito plenos
Não quero mais nenhum direito a menos

Onde Você Passou a Noite

de “Locura Total”, de Fito Paez & Moska
2015_FitoPaezMoska_Locura_Total

Baby, me beije
E não me deixe
Eu não quero te perder
Eu sinto medo
Do seu segredo
Não precisa nem dizer
Onde você passou a noite
Nem com quem nem o local
Onde você passou a noite?
Eu também já fiz igual…

Baby, me abrace
Que tudo passe
Eu não posso dispensar
O seu cuidado
Você ao meu lado
E eu não quero nem pensar
Onde você passou a noite
Nem com quem nem o local
Onde você passou a noite?
Eu também já fiz igual…

E o que me sobra é o sabor de mel e fel
E de saber que o seu amor ainda é meu
Dormir nos braços de quem me foi infiel
E perceber que o meu amor ainda é seu

Mais Que Tudo Que Existe

De tudo que se vê e que se toca
Nada me toca tanto como tu
Da flor da pele até o céu da boca
Do sul ao norte do teu corpo nu

E eu te vejo e devoro, viajo e demoro
Nas formas e no conteúdo
E te adoro, e te adoro, e te adoro
Mais que tudo que existe, que tudo, que tudo

Transando assim contigo é que eu transcendo
É quando eu vou além do que sou eu
Trançando no teu corpo num crescendo
Sinto meu eu continuar no teu

E eu adentro teu centro, que eu vero venero
Me prendo e dali não desgrudo
E te quero, e te quero, e te quero
Mais que tudo que existe, que tudo, que tudo

Além da tua voz e o do teu gozo
Só tem um som que tanto bem me faz
O do teu nome que é tão luminoso
E é a palavra que me agrada mais

E eu murmuro esse nome, e te chamo, e te chamo
Com o corpo tomado, tesudo
E te amo, e te amo, e te amo (e te amo)
Mais que tudo que existe, que tudo, que tudo

Eu Gosto do Meu Corpo

eu gosto do meu corpo
quando ele está com o seu
eu gosto do seu corpo
do que ele faz com o meu

é o que há de novo
e que se dá de novo

dia após dia
mês após mês
a cada dia
a cada vez
nunca é demais
sempre é demais

eu gosto do meu corpo
e gosto do seu corpo
eu sei do que ele gosta
e gosto do que ele faz

gosto disso, daquilo
daqui, dali
e de tudo mais
e de nada mais

eu gosto do seu corpo
e de fazer o que ele faz
eu gosto do seu corpo
e do prazer que ele me traz

Sincronicidade

Se eu penso em você
Meu marrom-glacê
Logo você dá de
Me ligar sem ninguém saber por quê

Se você, meu bem
Pensa em mim também
Por casualidade
Logo eu apareço aí, vindo do além

Nossa sincronicidade é tão mágica
Que nos conecta sem nenhuma lógica
(Nossa) sincronicidade maluca, é
Tal como um beque tal como um néctar
Para mim e pra você

Se eu penso em ti
Oh meu açaí
Sem causalidade
Chega um torpedo teu logo por aqui

Sim, é sempre assim
Pra você e pra mim
E pra sempre há de
Ser assim para nós dois até o fim

Nossa sincronicidade é tão mágica
Que nos conecta sem nenhuma lógica
(Nossa) sincronicidade maluca, é
Tal como um beque tal como um néctar
Para mim e pra você

Nossa sincronicidade é tão mágica

Somente Nela

Estar apaixonado é uma coisa louca,
Que alguém lhe causa e você mal dorme.
Se perto desse alguém a eternidade é pouca,
Distante, cada instante é um tempo enorme.
Estar apaixonado é mesmo uma doença,
Que alguém lhe passa e aí você mal come.
Tão-só nessa pessoa você pensa,
Enquanto a outra fome o consome.

´Tava tremendo, com febre e com frio,
A estremecer de amor por causa dela.
Corria a minha espinha um arrepio,
E eu nem pensava em mim, somente nela.

Eu ria e chorava um rio;
Nunca uma dor foi tão bela.
Por dias, noites e horas a fio
Eu nem pensava em mim, somente nela.

Estar apaixonado é parecer um ser ridículo
E não estar com isso nem aí.
Você se sente livre e solto mesmo num cubículo,
Tal como eu me sentia então ali.