Arquivo da categoria: Zeca Baleiro

Dói…Dói…


Do álbum “Miscelânea” de 2018

Dói… Dói…

Ela não deu retorno ao meu torpedo,
Nem ao email meio emocional.
Eu penso em meu destino e sinto medo,
Sozinho em minha cama de casal.

Ai, ai, o nó que dá meu peito mói.
Que mágoa má, que fim de noite mau.
Dói… dói…

Eu vi casais de namorados lá no parque,
Sarrando e sorrindo, aos beijos e amassos.
Ouvi gemidos de amantes a trepar, que
Cruzaram as paredes e os espaços.

No breu do quarto a solidão agora rói
Meu coração partido em dois pedaços.
Dói… dói…

O que eu projeto é algo que ela almeja.
Eu quero achar minh´alma gêmea, e ela, idem.
Eu a desejo mais do que ela me deseja.
Como é que às vezes os desejos não coincidem…

Sem colo nem calor, calado como um boi,
Tesão e rejeição em mim colidem.
Dói… dói…

Eu sempre estou com ela no meu pensamento.
Ao mesmo tempo nunca estive tão sozinho.
Mais do que nunca hoje aqui nesse momento
Carece de carícia o meu coraçãozinho.

Não tendo a quem me dê e a quem me doe,
Não há verão porque só eu é que andorinho.
Dói… dói…

Mulher, vem ver-me, vai, não me magoe,
Ou sai da minha mente já ruim;
E a solidão, qual verme que corrói,
Que morra ou dê enfim um fim em mim;

Me mate de repente como a um motoboy,
Não lenta e longamente assim, que assim
Dói… dói…

Nova Trova

Nova Trova

Vá, meu canto, voe;
Encante, meu vocal;
Vá por algum meio
Até quem me intui
Uma nova trova:
Minha Lua-Sol,
Dama a quem eu amo sem domar:
Não pode haver
Mulher melhor.

Vá, meu verso, ecoe,
Inverso, virtual;
Vá por um email
A quem a luz distribui;
Quem tudo renova:
Gema clara Sol,
Alma à qual almejo me algemar;
Poder saber
O seu sabor.

Aí eu vou cobrir seu corpo,
Que é lindo como o quê,
De tantos beijos quantas flores há em cada ipê
Que lá em Sampa dá.
Depois enfim de abrir seu corpo,
De remirá-lo hei;
E ainda rindo, admirá-lo-ei,
À luz da lâmpada.

Vá, canção, ressoe,
No áudio, no dial
De quem num meneio,
Formosa, me possui
E faz que o Sol chova,
Gira-gera-sol:
Dona que eu sem dano hei de adonar;
Seu dono ser,
Ter seu amor.

Incrível

No dia em que te vi,
Eu tive uma sensação indescritível.
Eu vi mas nem assim eu cri
No que vi.
Foi mesmo incrível,
Fora do comum.
Foi como se Oxossi achasse Oxum
E já se apaixonasse.

Oh se Oxossi achasse Oxum
E já se apaixonasse…

Agora te rever
E ter a mesma sensação indescritível
De ver e ainda assim não crer,
Pode crer,
É mais incrível,
Fora do comum.
É como se Oxossi achasse Oxum
E já se apaixonasse.

Oh se Oxossi achasse Oxum
E já se apaixonasse…