Carlos Rennó é letrista de música, produtor artístico e jornalista.
Seus primeiros parceiros mais importantes foram Tetê Espíndola e Arrigo Barnabé, na fase da vanguarda paulistana, no início dos anos 80. Na voz de Tetê, a sua “Escrito Nas Estrelas”, composta com Arnaldo Black, venceu o Festival dos Festivais, da Rede Globo, em 1985.
Um de seus principais parceiros é Lenine, com quem criou “Todas Elas Juntas Num Só Ser”, prêmio da Música Brasileira de “Canção do Ano” em 2005. CR também tem músicas com Pedro Luís, Lokua Kanza, Chico César, Paulinho Moska, José Miguel Wisnik, João Bosco, Gilberto Gil, Rita Lee, Tom Zé e Moraes Moreira, entre diversos outros compositores. Parte prevalente de suas composições são líricas, como provam “Mar e Sol” e “Sexo e Luz” (com Lokua), gravadas por Gal Costa; “Fogo e Gasolina” (com Pedro Luis), por Roberta Sá; e “Encantada” (versão pro português de “Bewitched”, de Rodgers e Hart), por Maria Rita.
Uma outra porção de suas letras, de caráter engajado, é dedicada a temas políticos, sociais, ambientais, como atestam “Quede Água?”, “Reis do Agronegócio”, compostas e lançadas respectivamente com Lenine e Chico César, e “Tá?”, com Pedro Luís e Roberta Sá. Dentro disso, destacam-se as canções-vídeos “Demarcação Já” (que serviu a campanha do Greenpeace em 2017), parceria com Chico César, “Manifestação” (que integrou causa da Anistia Internacional em 2018), com Russo Passapusso, Rincon Sapiência e Xuxa Levy, “Para Onde Vamos?” (que serviu a campanha da Coalizão pelo Clima, de 2019), com Beto Villares, “Canção pra Amazônia” (outra cujo clipe integrou iniciativa do Greenpeace, em 2021), com Nando Reis, e “O Relógio do Juízo Final” (vídeo para campanha indigenista da Boa Foundation, de 2022), com Rodrigo Quintela e Makely Ka.
Todas foram gravadas por grandes elencos de mais de vinte intérpretes, de Arnaldo Antunes, Criolo e Ludmilla a Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e Elza Soares, passando por Daniela Mercury, Péricles, Paulinho Moska, Zélia Duncan, Camila Pitanga, Fernanda Montenegro, Letícia Sabatella, Céu…
Outra parte do seu trabalho é voltada para a recriação de clássicos da canção norteamericana, como “Let´s Do It, Let´s Fall in Love”, de Cole Porter, vertida como “Façamos, Vamos Amar” e gravada por Chico Buarque e Elza Soares. CR já produziu dois CDs com versões suas nas vozes de grandes intérpretes brasileiros: “Cole Porter e George Gershwin – Canções, Versões” (produção musical de Rodolfo Stroeter) e “Nego” (Jaques Morelenbaum).
Tetê, Gal, Roberta, Lenine e Arrigo foram os artistas que mais gravaram canções com letras suas, figurando ainda, entre seus intérpretes, Chico César, João Bosco, Ney Matogrosso, Moska, Maria Bethânia, Elba Ramalho, Zélia Duncan, Ná Ozzetti e Wilson Simoninha.
De 2018 datam o álbum “Poesia – Canções de Carlos Rennó” (Selo Sesc), com 16 faixas interpretadas pelos mais diversos parceiros, e o livro “Canções” (Perspectiva), uma antologia de suas letras com apresentação de José Miguel Wisnik, Antonio Cicero e Marcelo Tápia. Embutido no volume saiu um álbum digital, intitulado “Miscelânea” com 17 canções, “lidas” em QR Codes.
CR também é organizador do livro “Gilberto Gil – Todas as Letras” (Companhia das Letras, 1996; 2003; 2022) e autor de “Cole Porter – Canções, Versões” (1991) e “O Voo das Palavras Cantadas” (Dash, 2014), reunião dos seus textos sobre poesia de música popular publicados sobretudo na imprensa (como jornalista, ele trabalhou na “Folha de S.Paulo”, no caderno Ilustrada, nos anos 80).
CR costuma dar palestras, cursos e oficinas de canção. Ele nasceu em São José dos Campos, SP, em 1956.