Noite e dia, só tu, meu bem, Sob a Lua e sob o Sol não há mais ninguém. Longe ou perto, coração, Não importa onde estejas, não, Eu penso em ti noite e dia.
Dia e noite, por que será Que a paixão por ti me segue por onde eu vá? No rumor das ruas, oh, No silêncio do meu quarto só, Eu penso em ti, noite e dia.
Noite e dia, bem fundo, ai de mim, Uma fome tamanha teima, queima e não sai de mim. Pra ter fim o meu sofrer, Deixa te fazer amor enquanto eu viver, Dia e noite, noite e dia.
Escrita em 2012
*
Night and Day
Night and day, you are the one, Only you beneath the moon and under the sun. Whether near to me or far, It´s no matter, darling, where you are, I think of you day and night.
Night and day, why is it so That this longing for you follows wherever I go? In the roaring traffic´s boom, In the silence of my lonely room, I think of you night and day.
Night and day, under the hide of me There´s an, oh, such a hungry yearning burning inside of me. And its torment won´t be through, Till you let me spend my life making love to you, Day and night, night and day.
Denies with violence what is right and what is real, And all he does and says with virulence some way
Daily speeds up the Doomsday Clock, the Judgment Day.
When will we learn how different in their worth
Are those who strive to own our Gaia, our sweet Earth,
From those who just belong to her, ever since birth?
We are the evil of the Earth and not the salt.
We killed most animals and yes we still assault
The realms of trees and minerals to a fault.
While peoples said to be still primitive do work And dance so lively to delay the end of the world,
So modern, the civilization of the West,
“Developed, rational, evolved”, just the best,
Is burning, razing its own house and by the way
Now is hurrying the Doomsday Clock, the Judgment Day.
Oh when will we be guided by a logic More ecological and cool than economical, And above all by what we´d call a bio-logic?
And see that in the Earth´s bio-diversity We´re not the central species, not at all,
But we´ve been parasites and that´s reality.
While in their homeland rural blacks have danced and whirled, And go play samba to delay the end of the world,
The livestock farmer´s and the soy landowner´s ways,
With their colonial school and eco-racist sway,
Their monoculture and industrial scales, they
Always hurry the Doomsday Clock, the Judgment Day.
And will man manage any way out of the traps, If gas emissions reach a peak and if perhaps
All Amazonia is forecast to collapse?
If an apocalypse begins in times like these,
When average global temperature comes to increase,
Oh God forbid, by more than one point five degrees?
While scientists of fruitful work who love the world
Are raising warnings to delay the end of the world,
Oil dealers and loud neoliberals who stay
Denying global warming, lying anyway,
With faith in capital do prey from June to May,
Thus they speed up the Doomsday Clock, the Judgment Day.
Oh when will we wake up and see how vain
Is growth that brings destruction with such pain,
No income distribution, no release from chains,
No drop at all in social inequality,
Nor in the current carbon footprint that we see,
No “living well” in a “new normal”, clean and free?
And while a kick ass activist, a damn good girl ,
May cry and get up to delay the end of the world,
The multi, pan, transnational company
And the environment-adverse un-ministry,
Land-grabbers and all miners who laws won´t obey,
They all speed up the Doomsday Clock, the Judgment Day.
Thinking about it all in this dramatic hour,
Fearing this tragic and erratic fate of ours,
I’m haunted by the phantoms of climate mutations,
And of the use of AI with such vile vocation,
And of a fatal cyber war that some predict,
And of the end atomic conflict will inflict.
If all is on the verge of ending as I´ve heard,
I sing and play songs to delay the end of the world,
To reconnect to Mother Nature naturally,
And to recontact my ancestral memory,
To feel the joy to be alive and to delay
And to slow down the clock…
And to slow down the clock…
And to slow down the clock…
And to slow down the Doomsday Clock, the Judgment Day.
O Relógio do Juízo Final
No mar, no rio, na lagoa, a água clara; No céu mais limpo, o pôr mais lindo, a imagem rara; E um ar tão puro que ninguém imaginara. Por um período breve apenas, anormal, Na quarentena humana inédita, afinal, Medrou na cena urbana a vida natural.
E enquanto um índio dono de um saber profundo Propaga ideias pra adiar o fim do mundo, Um cara-pálida fascista em potencial, Negativista violento do real, Tão virulento quão pandêmico-viral, Acelera o Relógio do Juízo Final.
Quando é que vamos aprender a diferença Entre quem quer que a Terra-Gaia lhe pertença E quem pertence a ela, é dela de nascença? Somos do mal, o mal da Terra, não o sal. Matamos a metade do reino animal, Tamos rapando o vegetal e o mineral.
Se um povo dito primitivo e vagabundo Trabalha e dança pra adiar o fim do mundo, A tal da civilização ocidental, “Desenvolvida, evoluída, racional”, Queima e arrasa a própria casa, com quintal, E apressa o Relógio do Juízo Final.
Quando é que vamos nos guiar por uma lógica Mais ecológica do que mercadológica Ou econômica, por uma bio-lógica? Ver que não somos uma espécie central Na biodiversidade da Terra, da qual Nós temos sido parasitas, na real.
Enquanto um quilombola de onde é oriundo Batuca e samba pra adiar o fim do mundo, O ruralista duma escola colonial, O pecuarista numa escala industrial, Monocultura e racismo ambiental, Adiantam o Relógio do Juízo Final.
E como para o homem vai haver escape se A emissão de gases atingiu um ápice, E há previsão de que a Amazônia colapse? E tá na gênese um “Apocalypse Now”, Em que a temperatura média mundial Aumenta igual ou mais que um e meio grau?
Enquanto um cientista de um labor fecundo Emite alertas pra adiar o fim do mundo, Negacionistas do aquecimento global, Negociantes do petróleo, do pré-sal, Fiéis à fé neoliberal do capital, Aceleram o Relógio do Juízo Final.
Quando é que vamos acordar em quanto é vão Um crescimento que produz destruição? Que não há redenção sem distribuição, Sem queda na desigualdade social E na pegada de carbono atual, E sem um “bem viver” em um “novo normal”?
Enquanto uma ativista foda, que vai fundo, Protesta e luta pra adiar o fim do mundo, A companhia múlti, pan, transnacional, Qual o sinistro antiministro ambiental, Qual o grileiro, o garimpeiro ilegal, Acelera o Relógio do Juízo Final.
Pensando nisso tudo, em hora tão dramática, Temendo nossa sina trágica e errática, Me assombra a sombra de uma mutação climática E duma guerra cibernética fatal, Dum uso mau da inteligência artificial E dum conflito nuclear final, total.
Se tudo, entanto, pode estar por um segundo, Eu canto cantos pra adiar o fim do mundo, Pra me reconectar à mãe original, Recontactar minha memória ancestral E ter o júbilo de estar vivo afinal, Atrasando o Relógio… Atrasando o Relógio… Atrasando o Relógio… do Juízo Final.
Os cidadãos, no Japão, fazem, Lá na China um bilhão fazem, Façamos, vamos amar. Os espanhóis, os lapões fazem, Lituanos e letões fazem, Façamos, vamos amar. Os alemães, em Berlim, fazem, E também lá em Bonn; Em Bombaim, fazem: Os hindus acham bom. Nisseis, nikkeis e sanseis fazem; Lá em San Francisco muitos gays fazem; Façamos, vamos amar.
Os rouxinóis, nos saraus, fazem, Picantes picapaus fazem, (*) Façamos, vamos amar. Uirapurus, no Pará, fazem, Tico-ticos no fubá fazem, (**) Façamos, vamos amar. Chinfrins galinhas a fim fazem, E jamais dizem não; Corujas – sim – fazem, Sábias como elas são. Muitos perus, todos nus, fazem, Gaviões, pavões e urubus fazem, (***) Façamos, vamos amar.
Dourados no Solimões fazem; Camarões em Camarões fazem; Façamos, vamos amar. Piranhas, só por fazer, fazem, Namorados, por prazer, fazem, Façamos, vamos amar. Peixes elétricos bem fazem, Entre beijos e choques; Cações também fazem, Sem falar nos hadoques… Salmões no sal, em geral, fazem, Bacalhaus no mar em Portugal, fazem, Façamos, vamos amar.
Libélulas, em bambus, fazem, Centopéias sem tabus fazem, Façamos, vamos amar. Os louva-deuses, com fé, fazem, Dizem que bichos-de-pé fazem, Façamos, vamos amar. As taturanas também fazem Com ardor incomum; Grilos, meu bem, fazem, E sem grilo nenhum… Com seus ferrões, os zangões fazem, Pulgas em calcinhas e calções fazem, (****) Façamos, vamos amar.
Tamanduás e tatus fazem; Corajosos cangurus fazem; Façamos, vamos amar. Coelhos só, e tão-só, fazem; Macaquinhos num cipó fazem; Façamos, vamos amar. Gatinhas com seus gatões fazem, Dando gritos de “ais”; Os garanhões fazem – Esses fazem demais… Leões ao léu, sob o céu, fazem; Ursos lambuzando-se no mel fazem; Façamos, vamos amar.
________________________________ Variantes: (*) Os rouxinóis, nos saraus, fazem, Picantes picapaus fazem, (**) Os sabiás, onde for, fazem, Beija-flores numa flor fazem, (***) Penguins no cio, lá no frio, fazem, Mil casais de pombos por um fio fazem, (****) Pulgas ensinadas e pulgões fazem,
And that’s why Chinks do it, Japs do it, Up in Lapland, little Lapps do it, Let’s do it, let’s fall in love. In Spain, the best upper sets do it, Lithuanians and Letts do it, Let’s do it, let’s fall in love. The Dutch in Old Amsterdam do it, Not to mention the Finns; Folks in Siam do it, Think of Siamese twins. Some Argentines, without means, do it, People say, in Boston, even beans do it, Let’s do it, let’s fall in love.
The nightingales, in the dark, do it, Larks, k-razy for a lark, do it, Let’s do it, let’s fall in love. Canaries, caged in the house, do it, When they’re out of season, grouse do it, Let’s do it, let’s fall in love. The most sedated barnyard fowls do it, When a chanticleer cries; High-browed old owls do it, They’re supposed to be wise. Penguins in flocks, on the rocks, do it, Even little cuckoos, in their clocks, do it, Let’s do it, let’s fall in love.
Romantic sponges, they say, do it, Oysters, down in Oyster Bay, do it, Let’s do it, let’s fall in love. Cold Cape Cod clams, ‘gainst their wish, do it, Even lazy jellyfish do it, Let’s do it, let’s fall in love. Electric eels, I might add, do it, Though it shocks ‘em, I know; Why ask if shad do it? Waiter, bring me shad roe. * In shallow shoals, English soles do it, Goldfish, in the privacy of bowls, do it, Let’s do it, let’s fall in love.
The dragonflies, in the reeds, do it, Sentimental centipedes do it, Let’s do it, let’s fall in love. Mosquitoes, heaven forbid, do it, So does ev’ry katydid, do it, Let’s do it, let’s fall in love. The most refined lady bugs do it, When a gentleman calls; Moths in your rugs do it, What’s the use of moth balls? Locusts in trees do it, bees do it, Even overeducated fleas do it, Let’s do it, let’s fall in love.
The chimpanzees, in the zoos, do it, Some courageous kangaroos do it, Let’s do it, let’s fall in love. I’m sure giraffes, on the sly, do it, Heavy hippopotami do it, Let’s do it, let’s fall in love. Old sloths who hang down from twigs do it, Though the effort is great; Sweet guinea pig do it, Buy a couple and wait. The world admits bears in pits do it, Even pekineses in the Ritz do it, Let’s do it, let’s fall in love.
_____________________________ Variantes: * Young whelks and winkles, in pubs, do it, Little sponges, in their tubs, do it, Let´s do it, let´s fall in love. Cold salmon, quite ´gainst their wish, do it, Even lazy jellyfish do it, Let´s do it, let´s fall in love. The most select schools of cod do it, Though it shocks ´em, I fear, Sturgeon, thank God, do it, Have some caviar, dear.
Os cidadãos, no Japão, fazem,
Lá na China um bilhão fazem,
Façamos, vamos amar.
Os espanhóis, os lapões fazem,
Lituanos e letões fazem,
Façamos, vamos amar.
Os alemães, em Berlim, fazem,
E também lá em Bonn;
Em Bombaim, fazem:
Os hindus acham bom.
Nisseis, nikkeis e sanseis fazem;
Lá em San Francisco muitos gays fazem;
Façamos, vamos amar.
Os rouxinóis, nos saraus, fazem,
Picantes picapaus fazem, (*)
Façamos, vamos amar.
Uirapurus, no Pará, fazem,
Tico-ticos no fubá fazem, (**)
Façamos, vamos amar.
Chinfrins galinhas a fim fazem,
E jamais dizem não;
Corujas – sim – fazem,
Sábias como elas são.
Muitos perus, todos nus, fazem,
Gaviões, pavões e urubus fazem, (***)
Façamos, vamos amar.
Dourados no Solimões fazem;
Camarões em Camarões fazem;
Façamos, vamos amar.
Piranhas, só por fazer, fazem,
Namorados, por prazer, fazem,
Façamos, vamos amar.
Peixes elétricos bem fazem,
Entre beijos e choques;
Cações também fazem,
Sem falar nos hadoques…
Salmões no sal, em geral, fazem,
Bacalhaus no mar em Portugal, fazem,
Façamos, vamos amar.
Libélulas, em bambus, fazem,
Centopéias sem tabus fazem,
Façamos, vamos amar.
Os louva-deuses, com fé, fazem,
Dizem que bichos-de-pé fazem,
Façamos, vamos amar.
As taturanas também fazem
Com ardor incomum;
Grilos, meu bem, fazem,
E sem grilo nenhum…
Com seus ferrões, os zangões fazem,
Pulgas em calcinhas e calções fazem, (****)
Façamos, vamos amar.
Tamanduás e tatus fazem;
Corajosos cangurus fazem;
Façamos, vamos amar.
Coelhos só, e tão-só, fazem;
Macaquinhos num cipó fazem;
Façamos, vamos amar.
Gatinhas com seus gatões fazem,
Dando gritos de “ais”;
Os garanhões fazem –
Esses fazem demais…
Leões ao léu, sob o céu, fazem;
Ursos lambuzando-se no mel fazem;
Façamos, vamos amar.
________________________________
Variantes:
(*) Os rouxinóis, nos saraus, fazem,
Picantes picapaus fazem,
(**) Os sabiás, onde for, fazem,
Beija-flores numa flor fazem,
(***) Penguins no cio, lá no frio, fazem,
Mil casais de pombos por um fio fazem,
(****) Pulgas ensinadas e pulgões fazem,
And that’s why Chinks do it, Japs do it,
Up in Lapland, little Lapps do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
In Spain, the best upper sets do it,
Lithuanians and Letts do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
The Dutch in Old Amsterdam do it,
Not to mention the Finns;
Folks in Siam do it,
Think of Siamese twins.
Some Argentines, without means, do it,
People say, in Boston, even beans do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
The nightingales, in the dark, do it,
Larks, k-razy for a lark, do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
Canaries, caged in the house, do it,
When they’re out of season, grouse do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
The most sedated barnyard fowls do it,
When a chanticleer cries;
High-browed old owls do it,
They’re supposed to be wise.
Penguins in flocks, on the rocks, do it,
Even little cuckoos, in their clocks, do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
Romantic sponges, they say, do it,
Oysters, down in Oyster Bay, do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
Cold Cape Cod clams, ‘gainst their wish, do it,
Even lazy jellyfish do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
Electric eels, I might add, do it,
Though it shocks ‘em, I know;
Why ask if shad do it?
Waiter, bring me shad roe. *
In shallow shoals, English soles do it,
Goldfish, in the privacy of bowls, do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
The dragonflies, in the reeds, do it,
Sentimental centipedes do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
Mosquitoes, heaven forbid, do it,
So does ev’ry katydid, do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
The most refined lady bugs do it,
When a gentleman calls;
Moths in your rugs do it,
What’s the use of moth balls?
Locusts in trees do it, bees do it,
Even overeducated fleas do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
The chimpanzees, in the zoos, do it,
Some courageous kangaroos do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
I’m sure giraffes, on the sly, do it,
Heavy hippopotami do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
Old sloths who hang down from twigs do it,
Though the effort is great;
Sweet guinea pig do it,
Buy a couple and wait.
The world admits bears in pits do it,
Even pekineses in the Ritz do it,
Let’s do it, let’s fall in love.
_____________________________ Variantes:
*
Young whelks and winkles, in pubs, do it,
Little sponges, in their tubs, do it,
Let´s do it, let´s fall in love.
Cold salmon, quite ´gainst their wish, do it,
Even lazy jellyfish do it,
Let´s do it, let´s fall in love.
The most select schools of cod do it,
Though it shocks ´em, I fear,
Sturgeon, thank God, do it,
Have some caviar, dear.