de “Pássaros na Garganta”, de Tetê Espíndola
Que imprevistos pontos de luz eram aqueles,
Que lembravam estrelas
No abismo infindo e sem fundo,
E que deslumbraram
Já no vislumbre
Meu olhar profundo?
Não, eu não estava na estrada do oeste desta vez,
Vendo o terrestre astral da cidade,
Na eletricidade em seus inúmeros lumes.
Na madrugada eu estava no Pantanal.
Sim, por que não?
Eu tava lá na beira-vazante;
Aqui nos movimentos-voôs nômades da mente.
Lá na fantasmal nitidez dos muitos
Pontos brilhantes.
No espelho d água de aguapés
Eram olhos de jacarés.
Jacaré jacaré jacaré
Jacaré jacaré jacaré jacaré
Jacaré jacaré
Jacarés