Rara

Feito Pra Acabar – 10 anos

Rara

Como narrar a vinda
Da vida à vida mais que linda?

… E sussurrar a sutil melodia
E com a fala macia

Seu nome no seu ouvido.
É muito amor envolvido.

Como narrar a lenda
De um novo ser em nossa senda?

… E me amarrar a alguém minha cara
Tal qual à mãe me amarrara.

E ver jorrar a beleza
De vir à luz uma alteza,

Alguém que em nós engendramos,
E em quem nós continuamos…

*

Choro-Jazz Song

It is one, it is two, it is three, it is four, it is jazz
What I have, what you have, what we have, what she has, what he has
It has never gone, is never done, has never passed
It will forever live, forever give, forever last

It is cool, it is hot, it is free, it is more, it is jazz
What a joy, what a jam, what a gem, what a cream, what a class
It is a real gift, a real gig, a real gas
It is one, it is two, it is three, it is four, it is jazz

Uma Lenda do Reno (Rheinlegendchen)

Eu ceifo às vezes
Na margem do Reno.
Meu bem vem às vezes
Comigo ao terreno .

De que serve a ceifa,
Se a foice é ruim?
Meu bem de que serve,
Se longe de mim?

Na água do Reno,
Eu jogo um anel
De ouro, que rola
No rio ao léu.

Na água do Reno,
O anel a rolar
Vai indo, correndo
Pro fundo do mar.

O anel cai na boca
De um peixe e eu sei
Que o peixe é servido
Na mesa do rei,

Do rei que pergunta
De quem é o anel;
Meu bem lhe responde:
“O anel é só meu” .

Meu bem sai correndo
Os montes enfim,
Trazendo de volta
O anel para mim.

Na água do Reno,
Então como eu,
Não deixe também de
Jogar seu anel!

*

Rheinlegendchen

Bald gras ich am Neckar,
Bald gras ich am Rhein,
Bald hab ich ein Schätzel,
Bald bin ich allein!

Was hilft mir das Grasen,
Wann die Sichel nicht schneidt,
Was hilft mir ein Schätzel,
Wenn´s bei mir nicht bleibt!

So soll ich denn grasen
Am Neckar, am Rhein;
So werf ich mein goldi-
Ges Ringlein hinein!

Es fliesset im Neckar
Und fliesset im Rhein,
Soll schwimmen hinunter
Ins tief Meer hinein!

Und schwimmt es das Ringlein,
So frisst es in Fisch!
Das Fischlein soll kommen
Aufs König sein Tisch!

Der König tät fragen,
Wem’s Ringlein sollt’ sein?
Da thät mein Schaz sagen:
“Das Ringlein g’hört mein!”

Mein Schäzlein thät springen
Berg auf und Berg ein,
Tät mir wiedrum bringen
Das Gold Ringlein fein!

Kannst grasen am Neckar,
Kannst grasen am Rhein!
Wirf du mir nur immer
Dein Ringlein hinein!

Música de Gustav Mahler e letra de autor anônimo
1893

*

É Assim Que Tu És (C’est Ainsi Que Tu Es)

Carne, d´alma enleada,
Cabeleira enrolada,
O pé correndo o tempo,
A sombra que se estende
Me murmura na têmpora.
Eis teu retrato, vês?
É assim que tu és.
Te escrever isso eu quero,
Pra que, já noite, aí
Tu creias ao dizeres
Que eu bem te conheci.

*

C’est ainsi que tu es
(Música de Poulenc, letra de Paul Eluard)

Ta chair, d’âme mêlée,
Chevelure emmêlée,
Ton pied courant le temps,
Ton ombre qui s’étend
Et murmure à ma tempe,
Voilà, c’est ton portrait,
C’est ainsi que tu es,
Et je veux te l’écrire
Pour que la nuit venue,
Tu puisses croire et dire,
Que je t’ai bien connue.

*

A Canção de Nana (Nanna´s Lied)

A Canção de Nana

Meu senhor, vim adolescente
Ao mercado do amor.
Me tornei experiente.
Era tanto mal,
Era um jogo tal,
Mas nem sempre eu fui uma flor…
(Afinal, também sou um ser humano.)

Felizmente, tudo logo passa –
Tanto a mágoa quanto o amor, tanto faz.
Cadê o pranto de ontem à noite?
Cadê o frio de um ano atrás?

Com o tempo, mais facilmente
Vai-se à banca do amor.
E se abraça um montão de gente.
Mas o coração
Fica frio e vão,
Se não poupa um pouco de calor.
(Afinal, todo estoque um dia chega ao fim.)

Felizmente, tudo logo passa –
Tanto a mágoa quanto o amor, tanto faz.
Cadê o pranto de ontem à noite?
Cadê o frio de um ano atrás?

Mesmo não sabendo pouco
Do negócio do amor,
Converter tesão num troco
Não é mole, pô.
Té aqui rolou.
Mas a idade chega, sim, senhor.
(Afinal, ninguém permanece adolescente sempre.)

Felizmente, tudo logo passa –
Tanto a mágoa quanto o amor, tanto faz.
Cadê o pranto de ontem à noite?
Cadê o frio de um ano atrás?

*

Nanna´s Lied
(Hanss Eisler, Kurt Weill e Bertolt Brecht)

Meine Herren, mit siebzehn Jahren
Kam ich auf den Liebesmarkt
Und ich habe viel erfahren.
Böses gab es viel
Doch das war das Spiel
Aber manches hab’ ich doch verargt.
(Schließlich bin ich ja auch ein Mensch.)

Gott sei Dank geht alles schnell vorüber
Auch die Liebe und der Kummer sogar.
Wo sind die Tränen von gestern abend?
Wo ist die Schnee vom vergangenen Jahr?

Freilich geht man mit den Jahren
Leichter auf den Liebesmarkt
Und umarmt sie dort in Scharen.
Aber das Gefühl
Wird erstaunlich kühl
Wenn man damit allzuwenig kargt.
(Schließlich geht ja jeder Vorrat zu Ende.)

Gott sei dank geht alles schnell vorüber, usw.

Und auch wenn man gut das Handeln
Lernte auf der Liebesmess’:
Lust in Kleingeld zu verwandeln
Ist doch niemals leicht.
Nun, es wird erreicht.
Doch man wird auch älter unterdes.
(Schließlich bleibt man ja nicht immer siebzehn.)

Gott sei dank geht alles schnell vorüber, usw.

*

Canções Que Mamãe Me Ensinou

(versão de “Als Die Alte Mutter”, de Dvorak e Adolf Heyduk)

Quando mamãe me ensinava
Canções que me cativavam
Normalmente dos seus olhos
Lágrimas rolavam

Quando eu ensino agora
Canções a cada pequeno
Lágrimas também escorrem
Lágrimas correm
Pelo meu rosto moreno

*
Als Die Alte Mutter
Dvorak: Adolf Heyduk

Als die alte Mutter
Mich noch lehrte singen,
Tränen in den Wimpern
Gar so oft ihr hingen.

Jetzt, wo ich die Kleinen
Selber üb im Sange,
Rieselt’s in den Bart oft,
Rieselt’s oft
Von der braunen Wange.
*

SONGS MY MOTHER TAUGHT ME

(by Natalia Macfarren)

Songs my mother taught me,
In the days long vanished;
Seldom from her eyelids
Were the teardrops banished.

Now I teach my children,
Each melodious measure.
Off the tears are flowing,
Off they flow from my memory’s treasure.

*

Oração a Ossain

Orixá que das folhas detém
O segredo que a força repõe,
Ele mesmo um mistério também,
Que se guarda e pouco se expõe;

Me proteja por onde eu caminhe,
Pra que meu coração não definhe,
E me livre daquilo que é ruim
E que tal como um bicho que grunhe
Nos ataca ou nos indispõe;
Que doença comigo nem sonhe.

Na moléstia, me trate, porém,
Com a erva que cura e que vem
Da natura, da mata, da mãe;
Recomponha-me e me acompanhe,
Pois saúde é o bem que se impõe
Mais que ouro, dindim ou bitcoin.

Que meu canto que não se contém
A nenhum outro deus não assanhe,
Pois quem canto, quem chamo e já vem
É Ossain! É Ossain! É Ossain!

Para Onde Vamos?

Para onde vamos? Ah, onde vamos parar?
Nessa encruzilhada, que estrada vamos pegar?
Que perigo de mau tempo, temporal,
De temperatura em alta e de desastre existe pra todos nós afinal?

Que desmatamento ou incêndio ou inundação
Nossos olhos tristes ainda inundarão?
Que geleira tem que ainda derreter,
Pra quebrar a pedra de gelo que tem no peito quem tem um alto e podre poder?

Quanto tempo vamos seguir sem de fato agir
Contra a gana por grana que só faz destruir?
Quantos homens, aos milhares, aos milhões,
Vão morrer de fome e de sede, vítimas de ações de outros homens, de outras nações?

Que será do mundo que vemos, que mundo nós
Deixaremos às gerações que virão após?
Que futuro preparamos, que manhã?
Nosso tino ou desatino hoje define nosso destino aqui amanhã.

*

Uma Seleção de Canções

  • Somente Nela (2012)
  • Tá? (2018)
  • Tá? (2009)
  • Tá? (2011)
  • Tenho um Xodó Por Ti (I´ve Got a Crush on You) (2008)
  • Todas Elas Juntas Num Só Ser  (2011)
  • Todas Elas Juntas Num Só Ser (2004)
  • Todas Elas Juntas Num Só Ser (2017)
  • Todas Elas Juntas Num Só Ser (2018)
  • Do Guarani ao Guaraná (2021)
  • Força Que Vem do Vento

    Força que tem, que tá no ar
    em movimento natural
    Força que vem do vento que dá
    na torre alta vertical
    E faz a hélice girar
    no ar qual um anel
    E a pá que é tríplice rodar
    no alto contra o céu

    Força que produz e que traduz
    uma nova força e luz
    Força que evolui e não polui
    terra, mar e céu azuis
    Que deixa pura a mãe natura salva e sã
    e que nos lança uma esperança de amanhã

    Força nova que é gerada
    em qualquer lugar enfim
    e que sempre se renova
    e que nunca tem fim

    As Viajantes

    As Viajantes

    As Viajantes,
    Gêmeas errantes,
    Originais visitantes
    Dos gigantes do Sistema Solar –
    Lá…

    As Viajantes
    Vão mais distantes
    Do que jamais outra antes
    Pôde ir daqui ao céu estelar –
    Lá…

    (Vai na viagem
    Uma mensagem
    Na garrafa a vagar
    No oceano da imensidão.)

    Que viajante
    Assim distante
    Daqui da Terra e do Sol
    Há de evocar o Além, o Longe a rolar,
    Lá…?

    (Vão na mensagem
    Sons e imagens
    Do planeta, nosso lar;
    Da nossa civilização.)

    As Viajantes,
    Sem navegantes,
    Bilhões de anos ao léu
    Hão de vagar no espaço interestelar…
    Lá…

    Do Álbum “Miscelânea” de 2018

    Ficou pra trás,
    E nada traz
    De volta mais
    Aquilo, ó!
    No tempo jaz,
    E tempo faz
    Que virou gás
    Ou virou pó.

    Se já não há,
    Por que será,
    Em mim, que ‘tá,
    E dói que só?
    Aonde eu vá,
    Aquilo lá
    Saudade dá
    E dá um nó.

    Saudade, quando mais se adensa,
    E traz a presença
    Do que não está,
    E que ressurge para nós
    Do tempo, dos seus cafundós;

    O tempo, com sua matéria
    Dura, seu mistério
    Puro, sem parar,
    Resumindo a nada,
    Reduzindo a pó
    Pedra, vida, estrada,
    Com a sua mó –

    A sua máquina,
    Que o mundo mói
    E fundo rói,
    Sem pena, nem dó,
    Quem pena, tão só.

    Saudade dói
    Do que vivi,
    Do que morreu
    E virou pó;
    Do que se foi,
    Do que eu vi,
    Do que fui eu,
    Da minha vó.

    Outros Sons


    Do Álbum “Poesia” de 2018

    Num ritmo, num signo
    Ígneo
    De erres e orras
    De esses e zorras
    Num rito em urros
    Risos, sussurros
    Retecnizada
    A tribo
    Se desencerra
    Na Terra

    Rataplãs retumbantes, tantãs, tumbadoras, tambores
    Sacra, sã sangração, sagra o clã em clamantes louvores

    Em danças, transas, transes
    Felizes e velozes
    Vorazes e ferozes

    Oh yeahvoé shazam!

    bababadalgharaghtakamminarronnkonnbronntonnerronntuonnthunntrovarrnawnskawn […] !

    Outros fins e outros trons
    Outros timbres, outros tons
    Outrossim outros a-tons
    Outros sins e outros sons

    Nus


    Do “Álbum” Poesia de 2018

    Nos miramos nos admiramos
    Nos sentimos nos consentimos
    Nos colamos nos descolamos
    Nos pegamos nos apegamos
    Nos laçamos nos enlaçamos
    Nos tentamos nos contentamos
    Nos velamos nos revelamos
    Nus
    Nos cedemos nos excedemos

    Nos deitamos nos deleitamos
    Nos manchamos nos desmanchamos
    Nos provamos nos aprovamos
    Nos gostamos nos degustamos
    Nos comemos nos comovemos
    Nos amamos nos amarramos
    Nos prendemos nos surpreendemos
    Nus
    Nos ilhamos nos maravilhamos
    Nus

    Luzia Luzia


    Do Álbum “Miscelânea” de 2018

    Luzia um raio de sol
    Um pôr-de-sol em Trancoso
    Um sinal um girassol
    Um anúncio luminoso
    Luzia uma nuvem rosa
    Uma neve cintilante
    Uma pedra preciosa
    Um verdadeiro brilhante
    Luzia um feixe de gêiser
    Uma taça de cristal
    Um poema em raio laser
    Uma aurora boreal
    Luzia uma mina de ouro
    Uma aura um tesouro
    Uma tela de TV
    Luzia você

    Luzia a pétala fina
    Luzia a pérola clara
    Luzia a gema da mina
    Luzia a jóia mais rara
    Luzia o fogo mais lindo
    Do Rio no réveillon
    Copacabana explodindo
    E o seu nome em neon
    Luzia a gota de orvalho
    Numa pétala de flor
    Uma camélia no galho
    Uma lágrima de amor
    Luzia o grão da alegria
    A fonte da fantasia
    Luzia a flor do querer
    Luzia
    Luzia você

    Luzia a chuva de prata
    Do meu luar do sertão
    Luzia o facho na mata
    Da serra na cerração
    Luzia o farol de Olinda
    O pingo de mel na boca
    Mistério que se deslinda
    E o botão da rosa louca
    Luzia a cálida chama
    Dessa flor desabrochando
    Luzia a pálida flama
    Do olhar da santa gozando
    Luzia um brinco um farol
    Um anel um videowall
    Luzia um véu um buquê
    Luzia
    Luzia você

    Luzia uma lantejoula
    Do rural maracatu
    Luzia a flor da papoula
    De um ipê no Pacaembu
    Luzia o fogo do afago
    O claro brilho do olhar
    Luzia a lua no lago
    No qual eu fui me afogar
    Luzia a estrela no véu
    Da minha noite sem fim
    Luzia o espelho do céu
    Luzia o céu para mim
    Luzia tudo que eu via
    Tudo que eu vejo e veria
    Tudo que eu desejo ver
    Luzia
    Luzia você

    Tá?


    do álbum “Poesia”de 2018

    Tá?

    Pra bom entendedor meia palavra bas-
    Eu vou denunciar a sua ação nefas-
    Você amarga o mar, desflora a flores-
    Por onde você passa, o ar você empes-
    Não tem medida a sua sanha imediatis-
    Não tem limite o seu sonho consumis-
    Você deixou na mata uma ferida expos-
    Você descora as cores dos corais na cos-
    Você aquece a terra e enriquece à cus-
    Do roubo do futuro e da beleza augus-
    Mas de que vale tal riqueza, grande bos-
    Parece que de neto seu você não gos-
    Você decreta morte à vida ainda em vis-
    Você declara guerra à paz por mais benquis-
    Não há em toda a fauna um animal tão bes-
    Mas já tem gente vendo que você não pres-
    Não vou dizer seu nome porque me desgas-
    Pra bom entendedor meia palavra bas-

    Tá?

    O Momento


    Do Álbum “Poesia” 2018

    Tem um momento (que de todos é diverso)
    Em que você se une ao todo, ao universo

    O tempo então congela (feito lá no pólo)
    Seu ego some, seu eu ergue-se do solo

    E sai voando entre as estrelas na amplidão
    Você se torna uma delas na explosão

    Dentro de si você vê uma grande luz
    Rompem-se todas as amarras e tabus

    Você mergulha e chega à raiz da vida
    Bebe na fonte do seu jorro sem medida

    Enquanto escuta a doce música distante
    Que toca fundo, ao fundo, infinda, nesse instante

    A eternidade então num lapso encapsula
    E a divisão entre você e o outro é nula

    Esse estado não é nenhum sonho impossível
    Algo irreal ou ideal, ou desse nível

    Nem tá vedado à multidão de abandonados
    E reservado só a alguns iluminados

    Mas ao alcance de nós todos, qualquer um
    De qualquer homem ou qualquer mulher comum

    Você não chega lá por uma fé num deus
    Cê chega lá porque então cê é um deus

    Já cega por um raio de um clarão tremendo
    A carne do seu ser põe-se a vibrar, tremendo

    Esse é o momento, enfim, de sol e nebulosa
    Em que você, meu caro, minha cara, …

    – Go-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-za!… –

    … goza

    Signs of Life on Mars


    do álbum “Miscelânea” de 2018

    Late at night, here we are
    Under the moon and the stars
    And while we wonder, although so far
    We search for signs of life on Mars

    In a Martian dust storm, we´ll find a trace
    A trace of life in distant, ancient days
    Hoping to find hope in another place
    Far away from here, in space

    There in space life´s rare
    Here there is life ev´rywhere
    But we destroy it, don´t even care
    As we go seek for life elsewhere

    In a Martian dust storm, we´ll find a trace
    A trace of life in distant, ancient days
    Hoping to find hope in another place
    Far away from here, in space

    Black hole and dark matter:
    Who´ll shed light on that matter?
    Galaxies spreading more and more…
    Universe in expansion
    Is like a big big dance or
    A question without answer:
    What´s beyond and what was there
    Before the Cosmos big-banged?
    Did it need a god to plan it?
    What if life came from the red planet?
    We are the cosmic conscience
    Of the world known.
    Looking for life.
    Got lots of water,
    Methane, nitrogen, ozone.
    We are nothing and we´re everything
    Before the great unknown.

    After we know what there is
    In the Martian subsurface
    There will be other mysteries
    Newer and bigger than this

    Will we see the world at its birth
    As a time machine in reverse?
    Are there other planets like the Earth
    Or are we alone in the universe?

    Composta em 2010

    Solidão Cósmica


    do álbum “Miscelânea” de 2018

    Mais de cem bilhões de estrelas
    De planetas, um trilhão
    (Na galáxia)
    Viajando com o bando
    De galáxias no além-céu

    Numa profusão silvestre
    De centenas de bilhões
    (No universo)
    Cada uma com um mundo
    Sim, de mundos, um sem-fim

    Amplidão
    Cósmica
    Solidão

    E um frio
    (Quase um pavor)
    Um silêncio
    Um império
    (Que não têm igual)

    Entrevendo entre elas
    Uma nuvem de algodão
    (Na galáxia)
    Penso em outro ser pensando
    Noutros seres como eu

    Numa Terra extraterrestre
    De longínquas regiões
    (Do universo)
    Cada vez mais longe e fundo
    Estendendo seu confim:

    Expansão
    Cósmica
    Solidão

    Um vazio
    (Cada vez maior)
    Um silêncio
    Um mistério
    (Que não têm final…)