Aqui chegamos enfim
A um ponto sem regresso
Ao começo do fim
De um longo e lento processo
Que se apressa a cada ano
Como um progresso insano
Que marcha pro retrocesso
Estranhos dias vivemos
Dias de eventos extremos
E de excessos em excesso
Mas se com tudo que vemos
Os olhos viram do avesso
Outros eventos veremos
Outros, extremos, virão
Prepare seu coração
Que isso é só o começo
Aqui estamos porém
Num evento diferente
Onde a gente se entretém
Um ao outro, frente a frente
Deixando um pouco ao fundo
O ambiente do mundo
Por esse aqui, entre a gente
Assim nesse clima quente
No espaço e tempo presente
Meu canto eu lanço, não meço
Minha rima eu arremesso
Pra que nada fique intacto
E tudo sinta o impacto
Da ação de cada canção
Preparem-se, irmã, irmão
Que isso é só o começo
Não canto mais Bebete nem Domingas
Nem Xica nem Tereza, de Ben Jor;
Nem Drão nem Flora, do baiano Gil;
Nem Ana nem Luiza, do maior;
Já não homenageio Januária,
Joana, Ana, Bárbara, de Chico;
Nem Yoko, a nipônica de Lennon;
Nem a cabocla, de Tinoco e de Tonico;
Nem a tigresa, nem a vera gata,
Nem a branquinha, de Caetano;
Nem mesmo a linda flor de Luiz Gonzaga,
Rosinha, do sertão pernambucano;
Nem Risoflora, a flor de Chico Science –
Nenhuma continua nos meus planos.
Nem Kátia Flávia, de Fausto Fawcett;
Nem Anna Júlia, dos Los Hermanos.
Só você,
Hoje eu canto só você;
Só você,
Que eu quero porque quero por querer.
Não canto de Melô pérola negra;
De Brown e Herbert, uma brasileira;
De Ari, nem a baiana nem Maria,
Nem a Iaiá também, nem a faceira;
De Dorival, nem Dora nem Marina
Nem a morena de Itapoã;
De Vina, a garota de Ipanema;
Nem Iracema, de Adoniran.
De Jackson do Pandeiro, nem Cremilda;
De Michael Jackson, nem a Billie Jean;
De Jimi Hendrix, nem a doce Angel;
Nem Ângela nem Lígia, de Jobim;
Nem Lia, Lily Braun nem Beatriz,
Das doze deusas de Edu e Chico;
Até das trinta Leilas de Donato
E da Layla de Clapton eu abdico.
Só você,
Canto e toco só você;
Só você,
Que nem você ninguém mais pode haver.
Nem a namoradinha de um amigo
E nem a amada amante de Roberto;
E nem Michelle-ma-belle, do beatle Paul;
Nem Isabel – Bebel – de João Gilberto;
E nem B.B., la femme de Serge Gainsbourg;
Nem, de Totó, na malafemmena;
Nem a Iaiá de Zeca Pagodinho;
Nem a mulata mulatinha de Lalá;
E nem a carioca de Vinicius
E nem a tropicana de Alceu
E nem a escurinha de Geraldo
E nem a pastorinha de Noel
E nem a namorada de Carlinhos
E nem a superstar do Tremendão
E nem a malaguenha de Lecuona
E nem a popozuda do Tigrão
Só você,
Hoje elejo e elogio só você,
Só você,
Que nem você não há nem quem nem quê.
De Haroldo Lobo com Wilson Batista,
De Mário Lago e Ataulfo Alves,
Não canto nem Emília nem Amélia:
Nenhuma tem meus vivas! e meus salves!
E nem Angie do stone Mick Jagger
E nem Roxanne, de Sting, do Police;
E nem a mina do mamona Dinho
E nem as mina – pá! – do mano Xis!
Loira de Hervê e loira do É O Tchan,
Lôra de Gabriel, o Pensador;
Laura de Mercer, Laura de Braguinha
(L´aura de Daniel, o trovador?);
Ana do Rei e Ana de Djavan,
Ana do outro rei, o do baião:
Nenhuma delas hoje cantarei:
Só outra reina no meu coração.
Só você,
Rainha aqui é só você,
Só você,
A musa dentre as musas de A a Z.
Se um dia me surgisse uma moça
Dessas que, com seus dotes e seus dons,
Inspiram parte dos compositores
Na arte das palavras e dos sons,
Tal como Madelleine, de Jacques Brel,
Ou como Madalena, de Martinho,
Ou Mabellene e a sixteen de Chuck Berry,
Ou a manequim do tímido Paulinho;
Ou como, de Caymmi, a moça pRosa
E a musa inspiradora Doralice;
Se me surgisse uma moça dessas,
Confesso que eu talvez não resistisse;
Mas, veja bem, meu bem, minha querida:
Isso seria só por uma vez,
Uma vez só em toda a minha vida!
Ou talvez duas… mas não mais que três…
Só você…
Mais que tudo é só você;
Só você…
As coisas mais queridas você é:
Você pra mim é o sol da minha noite;
É como a rosa, luz de Pixinguinha;
É como a estrela pura aparecida,
A estrela a refulgir, do Poetinha;
Você, ó flor, é como a nuvem calma
No céu da alma de Luiz Vieira;
Você é como a luz do sol da vida
De Stevie Wonder, ó minha parceira.
Você é para mim e o meu amor,
Crescendo como mato em campos vastos,
Mais que a gatinha para Erasmo Carlos;
Mais que a cigana pra Ronaldo Bastos;
Mais que a divina dama pra Cartola;
Que a domna pra De Ventadorn, Bernart;
Que a honey baby para Waly Salomão
E a funny valentine pra Lorenz Hart.
Só você,
Mais que tudo e todas, só você;
Só você,
Que é todas elas juntas num só ser.
Pra bom entendedor meia palavra bas-
Eu vou denunciar a sua ação nefas-
Você amarga o mar, desflora a flores-
Por onde você passa, o ar você empes-
Não tem medida a sua sanha imediatis-
Não tem limite o seu sonho consumis-
Você deixou na mata uma ferida expos-
Você descora as cores dos corais na cos-
Você aquece a terra e enriquece à cus-
Do roubo do futuro e da beleza augus-
Mas de que vale tal riqueza, grande bos-
Parece que de neto seu você não gos-
Você decreta morte à vida ainda em vis-
Você declara guerra à paz por mais benquis-
Não há em toda a fauna um animal tão bes-
Mas já tem gente vendo que você não pres-
Não vou dizer seu nome porque me desgas-
Pra bom entendedor meia palavra bas-
O Rio, cidade que é sede
Dos jogos do amor, excede
Em convites que são mais de mil
E vão do mais óbvio e vil
Ao mais tênue, mais sutil,
E fazem do Rio o Rio.
E quem teme ou não topa o que é bom
Do Leme até o Leblon
E em Copa do réveillon,
Do Posto 6, de Drummond? (1)
Do Sambódromo do semi-nu,
De um carnaval com glamour,
A um discreto Grajaú,
Sempre se rompe um tabu.
A beleza da força no ar
Da natureza invulgar
Desse lugar singular
Convida-nos a amar.
O Rio, cidade com sede
De fogo de amor, concede (2)
Liberdade para azaração,
Points, mato de montão
Para caça e pegação.
Praia, praça, calçadão.
Ipanema de cada sereia-
Gata sarada na areia,
De tanta bandeira gay a
Fazer olhar quem vagueia.
O ao redor da Rodrigo de Freitas,
Onde tu, amigo, espreitas
Perfis e pernas perfeitas,
Sonhando com quem te deitas.
E quem quer ficar só, por azar? (X)
Lá na Lapa em cada bar,
Ao som do samba no ar,
Sorte de quem azarar!
O Rio, cidade que é sede
Dos jogos do amor, se excede
Na cachorra do morro que excita
O baile em que ela exorbita
No sexo que se explicita
No funk que ela exercita.
Mas o Cristo afinal Redentor
Vem abençoar o suor
De um par adorando o pôr
Agora no Arpoador.
A visão da baía que é duca
Causa a vertigem maluca
E eu quase morro da Urca
Ao pico do Pão de Açúcar.
Uma louca sugesta no ar,
De festa a se preparar,
De êxtase par e par,
Convida-nos a ficar.
Uma louca sugesta no ar,
De festa a se preparar,
De êxtase par e par,
Convida-nos a trepar.
Cheia de graça mas… de graça cômica,
De apelos visuais é econômica.
E assim nem sempre apraz
Qualquer rapaz.
Sua figura nem de longe helênica
De perto nada tem de fotogênica.
Seu riso causa só
Riso ou dó…
Porém de alma tal,
Não há alguém igual,
Tão nobre, tão sutil;
Um coração sorriu
E só lhe pede que
Não mude um fio de
Cabelo para si.
Falta dos tais fatais dotes estéticos,
Não faz comerciais para cosméticos.
Nem mesmo se produz.
Nunca fez nus.
Por menos uma atriz faria plástica
Na boca, no nariz – e mais ginástica:
Muita musculação…
Mas ela não.
Porém de alma tal,
Não há alguém igual,
Tão nobre, tão sutil;
Um coração sorriu
E só lhe pede que
Não mude um fio de
Cabelo para si,
Pois ele assim a quer,
Sem disfarçar sequer,
Tal como ela é:
Por cantar eu existo
Eu canto por isto
Não desisto de cantar
Ao cantar não resisto
Me rendo a isto
É mais forte que pensar
Em cantar eu insisto
Pois nada igual isto
Pra poder me encantar
Pra cantar eu existo
Como o sol existe
Pra brilhar e brilhar
E o rio existe pra
Fluir, fluir
A nuvem, pra flutuar
A lua, pra refletir
A flor, florir
E o mar, o mar…
Por cantar eu existo
Pois nada igual isto
Pro meu mal afugentar
Ao cantar eu não disto
De mim, em vez disto
Eu me encontro ao cantar
Pra cantar eu existo
Como o sol existe
Pra brilhar e brilhar
E o rio existe pra
Fluir, fluir
A nuvem, pra flutuar
A lua, pra refletir
A flor, florir
E o mar, o mar…
Quando o sol redondo brilha
Como nessa redondilha
Essa luz que maravilha
É o sol a cantar
Quando a gente tá cantando
Não importa onde ou quando
Essa voz irradiando
É a gente a brilhar
O rio existe pra
Fluir, fluir
A nuvem, pra flutuar
A lua, pra re-luzir
A flor, florir
E o mar, pra não terminar…
No dia em que te vi,
Eu tive uma sensação indescritível.
Eu vi mas nem assim eu cri
No que vi.
Foi mesmo incrível,
Fora do comum.
Foi como se Oxossi achasse Oxum
E já se apaixonasse.
Oh se Oxossi achasse Oxum
E já se apaixonasse…
Agora te rever
E ter a mesma sensação indescritível
De ver e ainda assim não crer,
Pode crer,
É mais incrível,
Fora do comum.
É como se Oxossi achasse Oxum
E já se apaixonasse.
Os cidadãos, no Japão, fazem, Lá na China um bilhão fazem, Façamos, vamos amar. Os espanhóis, os lapões fazem, Lituanos e letões fazem, Façamos, vamos amar. Os alemães, em Berlim, fazem, E também lá em Bonn; Em Bombaim, fazem: Os hindus acham bom. Nisseis, nikkeis e sanseis fazem; Lá em San Francisco muitos gays fazem; Façamos, vamos amar.
Os rouxinóis, nos saraus, fazem, Picantes picapaus fazem, (*) Façamos, vamos amar. Uirapurus, no Pará, fazem, Tico-ticos no fubá fazem, (**) Façamos, vamos amar. Chinfrins galinhas a fim fazem, E jamais dizem não; Corujas – sim – fazem, Sábias como elas são. Muitos perus, todos nus, fazem, Gaviões, pavões e urubus fazem, (***) Façamos, vamos amar.
Dourados no Solimões fazem; Camarões em Camarões fazem; Façamos, vamos amar. Piranhas, só por fazer, fazem, Namorados, por prazer, fazem, Façamos, vamos amar. Peixes elétricos bem fazem, Entre beijos e choques; Cações também fazem, Sem falar nos hadoques… Salmões no sal, em geral, fazem, Bacalhaus no mar em Portugal, fazem, Façamos, vamos amar.
Libélulas, em bambus, fazem, Centopéias sem tabus fazem, Façamos, vamos amar. Os louva-deuses, com fé, fazem, Dizem que bichos-de-pé fazem, Façamos, vamos amar. As taturanas também fazem Com ardor incomum; Grilos, meu bem, fazem, E sem grilo nenhum… Com seus ferrões, os zangões fazem, Pulgas em calcinhas e calções fazem, (****) Façamos, vamos amar.
Tamanduás e tatus fazem; Corajosos cangurus fazem; Façamos, vamos amar. Coelhos só, e tão-só, fazem; Macaquinhos num cipó fazem; Façamos, vamos amar. Gatinhas com seus gatões fazem, Dando gritos de “ais”; Os garanhões fazem – Esses fazem demais… Leões ao léu, sob o céu, fazem; Ursos lambuzando-se no mel fazem; Façamos, vamos amar.
________________________________ Variantes: (*) Os rouxinóis, nos saraus, fazem, Picantes picapaus fazem, (**) Os sabiás, onde for, fazem, Beija-flores numa flor fazem, (***) Penguins no cio, lá no frio, fazem, Mil casais de pombos por um fio fazem, (****) Pulgas ensinadas e pulgões fazem,
And that’s why Chinks do it, Japs do it, Up in Lapland, little Lapps do it, Let’s do it, let’s fall in love. In Spain, the best upper sets do it, Lithuanians and Letts do it, Let’s do it, let’s fall in love. The Dutch in Old Amsterdam do it, Not to mention the Finns; Folks in Siam do it, Think of Siamese twins. Some Argentines, without means, do it, People say, in Boston, even beans do it, Let’s do it, let’s fall in love.
The nightingales, in the dark, do it, Larks, k-razy for a lark, do it, Let’s do it, let’s fall in love. Canaries, caged in the house, do it, When they’re out of season, grouse do it, Let’s do it, let’s fall in love. The most sedated barnyard fowls do it, When a chanticleer cries; High-browed old owls do it, They’re supposed to be wise. Penguins in flocks, on the rocks, do it, Even little cuckoos, in their clocks, do it, Let’s do it, let’s fall in love.
Romantic sponges, they say, do it, Oysters, down in Oyster Bay, do it, Let’s do it, let’s fall in love. Cold Cape Cod clams, ‘gainst their wish, do it, Even lazy jellyfish do it, Let’s do it, let’s fall in love. Electric eels, I might add, do it, Though it shocks ‘em, I know; Why ask if shad do it? Waiter, bring me shad roe. * In shallow shoals, English soles do it, Goldfish, in the privacy of bowls, do it, Let’s do it, let’s fall in love.
The dragonflies, in the reeds, do it, Sentimental centipedes do it, Let’s do it, let’s fall in love. Mosquitoes, heaven forbid, do it, So does ev’ry katydid, do it, Let’s do it, let’s fall in love. The most refined lady bugs do it, When a gentleman calls; Moths in your rugs do it, What’s the use of moth balls? Locusts in trees do it, bees do it, Even overeducated fleas do it, Let’s do it, let’s fall in love.
The chimpanzees, in the zoos, do it, Some courageous kangaroos do it, Let’s do it, let’s fall in love. I’m sure giraffes, on the sly, do it, Heavy hippopotami do it, Let’s do it, let’s fall in love. Old sloths who hang down from twigs do it, Though the effort is great; Sweet guinea pig do it, Buy a couple and wait. The world admits bears in pits do it, Even pekineses in the Ritz do it, Let’s do it, let’s fall in love.
_____________________________ Variantes: * Young whelks and winkles, in pubs, do it, Little sponges, in their tubs, do it, Let´s do it, let´s fall in love. Cold salmon, quite ´gainst their wish, do it, Even lazy jellyfish do it, Let´s do it, let´s fall in love. The most select schools of cod do it, Though it shocks ´em, I fear, Sturgeon, thank God, do it, Have some caviar, dear.
Árvores do Sul
Dão fruta estranha;
Folha ou raiz,
Em sangue se banha;
Corpo de negro
Balançando, lento;
Fruta pendendo
De um galho ao vento.
Cena pastoril
Do Sul celebrado;
A boca torta
E o olho inchado;
Cheiro de magnólia
Chega e passa;
De repente o odor
De carne em brasa.
Eis uma fruta
Pra que o vento sugue,
Pra que um corvo puxe,
Pra que a chuva enrugue,
Pra que o Sol resseque,
Pra que o chão degluta,
Eis uma estranha
E amarga fruta.
______________________________________________
Southern trees
Bear strange fruit;
Blood on the leaves
And blood at the root;
Black bodies swinging
In the southern breeze,
Strange fruit hanging
From the poplar trees.
Pastoral scene Of the gallant South; The bulging eyes And the twisted mouth; Scent of magnolia, Sweet and fresh; Then the sudden smell Of burning flesh.
Here is a fruit For the crows to pluck, For the rain to gather, For the wind to suck, For the sun to rot, For the tree to drop; Here is a strange And bitter crop.
It was written in the stars, What was written in the stars shall be. It was written in the skies That the heart and not the eyes shall see.
And so, Whether it bring joy, Whether it bring woe, It shall be done; Now suddenly I know You are the one.
Here, as in a daydream, By my side you stand; Here, with my tomorrows In your hands.
It was written high above That I have to have your love Or I’ll never be free; And cloudy though the day be, Crazy though I may be, What the stars foretold shall be.
Quando este mundo é uma triste zorra,
E uma chuva jorra,
Lá do além
Do céu uma saída vem.
Quando no céu há só nuvem negra,
Um arco-íris chega
Pra ligar
A janela do teu lar
A um lugar depois do Sol,
Um degrau além da chuva…
Tem, além do arco-íris,
Um lugar,
Do qual num acalanto
Eu já ouvi falar.
Lá, além do arco-íris,
No azul, lá,
O teu sonho mais louco
Se realizará.
A uma estrela eu pedirei,
E lá em cima acordarei
Um dia;
Problema vira picolé
Por sobre a antena, a chaminé
E a nuvem fria.
Mais além do arco-íris,
No alto-céu,
Voam pássaros raros –
Por que não posso eu?
Se pássaros avoam no alto-céu,
Então por que não posso eu?
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When all the world is a hopeless jumble, And the raindrops tumble All around, Heaven opens a magic lane.
When all the clouds darken up the skyway, There´s a rainbow highway To be found, Leading from your window pane To a place behind the sun, Just a step beyond the rain…
Somewhere over the rainbow, Way up high, There´s a land that I´ve heard of Once in a lullaby.
Somewhere over the rainbow, Skies are blue, And the dreams that you dare to dream Really do come true.
Some day I´ll wish upon a star, And wake up where the clouds are far Behind me; Where troubles melt like lemon drops, Away above the chimney tops, That´s where you´ll find me.
Somewhere over the rainbow, Bluebirds fly, Birds fly over the rainbow – Why then, oh why can´t I?
If happy little bluebirds fly Beyond the rainbow, why, oh why can´t I?
Música de Harold Arlen e letra de E.Y. Harburg, 1939
Preto dá duro no Mississippi,
Duro pro branco poder brincar,
Puxando barco, não descansando,
Até o Juízo Final chegar.
Baixe o olhar,
Não diga não,
Não deixe puto
O seu patrão.
Curve o corpo,
É seu dever,
E puxe a corda
Até morrer.
Quero deixá longe o Mississippi,
Quero deixá meu sinhô pra lá,
E vê o rio que é velho e sábio,
Rio Jordão que inda vô cruzar.
Sábio rio,
O rio sábio,
Que sabe tudo
Mas fica mudo,
Só vai rolando,
Vai só rolando, ao léu.
Num planta nada,
Nem algodão,
Quem planta não é
Lembrado, não.
O sábio rio
Vai só rolando, ao léu.
Nós aqui
No suador,
Corpo já morto
De esforço e dor –
Puxe o barco!
Pegue o peso!
Beba um pouco mais
E você vai preso…
Já tô cheio,
Sofrer me frustra,
Viver me cansa,
Morrer me assusta;
Mas, sábio, o rio
Vai só rolando, ao léu.
______________________________________________
Colored folks work on de Mississippi, Colored folks work while de white folks play, Pullin´ dem boats from de dawn to sunset, Gittin´ no rest till de Judgement Day.
Don’ look up An´ don´ look down – You don´ dast make De white boss frown. Bend your knees An´ bow your head, An´ pull dat rope Until yo´ dead.
Let me go ´way from de Mississippi, Let me go ´way from de white man boss; Show me dat stream called de river Jordan, Dat´s de ol´ stream dat I long to cross.
Ol´ Man River, Dat Ol´ Man River, He mus´ know sumpin´ But don´ say nuthin´, He jes´ keeps rollin´, He keeps on rollin´ along.
He don´ plant taters, He don´ plant cotton, An´ dem dat plants´em Is soon forgotten, But Ol´ Man River, He jes´ keeps rollin´ along.
You an´ me, We sweat an´ strain, Body all achin´ An´ racked wid pain – Tote dat barge! Lif´ dat bale! Git a little drunk, An´ you land in jail…
Ah gits weary An´ sick of tryin´; Ah´m tired of livin´ An´ skeered of dyin’, But Ol´Man River, He jes´ keeps rollin´ along.
Música de Jerome Kern e letra de Oscar Hammerstein II, 1927
You don´t know that I felt good, When we up and parted. You don´t know I knocked on wood, Gladly broken-hearted.
Worrying is throught, I sleep all night, Appetite and health restored. You don’t know how much I´m bored!
The sleepless nights, The daily fights, The quick toboggan when you reach the heights, I miss the kisses and I miss the bites – I wish I were in love again.
The broken dates, The endless waits, The lovely loving and the hateful hates, The conversation with the flying plates – I wish I were in love again.
No more pain, No more strain, Now I´m sane, but I would rather be ga-ga!
The pulled out fur of cat and cur, The fine mismating of a him and her, I´ve learned my lesson, but I wish I were In love again.
The furtive sigh, The blackened eye, The words: “I´ll love you ´til the day I die”, The self-deception that believes the lie – I wish I were in love again.
When love congeals, It soon reveals The faint aroma of performing seals, The double-crossing of a pair of heels – I wish I were in love again.
No more care, No despair, I´m all there now, But I´d rather be punch-drunk!
Believe me, sir, I much prefer The classic battle of a him and her, I don´t like quiet, and I wish I were In love again.
Música de Richard Rodgers e letra de Lorenz Hart, 1937